

Piloto de F-16 da USAF condecorado com a Estrela de Prata por bravura em combate sobre o Iêmen. Um piloto de F-16 da USAF foi condecorado com a Medalha Estrela de Prata por uma missão desafiadora realizada no início deste ano no Iêmen, na qual teve que desviar de múltiplos mísseis terra-ar lançado pelos rebeldes Houthis.
O Tenente-Coronel William “Skate” Parks, ex-Comandante do 480º Esquadrão Expedicionário de Caça, foi condecorado com a Estrela de Prata, a terceira maior honraria militar dos Estados Unidos por bravura, pelas ações tomadas durante uma missão realizada no início deste ano na área de responsabilidade do Comando Central dos Estados Unidos. Parks também recebeu a Medalha Estrela de Bronze do Chefe do Estado-Maior da USAF, General Kenneth S. Wisbach, em uma cerimônia realizada no Pentágono em 26 de novembro passado.
O comunicado da USAF não detalhe a missão realizada por Park, mas fontes familiarizadas com o assunto confirmaram à revista Air & Space Forces Magazine que o episódio ocorreu em 27 de março sobre o Iêmen, período que coincide com a campanha dos EUA contra os Houthis.

O objetivo da missão liderada por Park era destruir instalações de produção de mísseis balísticos, o que envolveu um pacote de ataque com 21 aeronaves. Parks, atuando como comandante da missão, liderou quatro F-16 em uma missão de Supressão de Defesas Aéreas Inimigas (SEAD). O 480º Esquadrão de Caça, sediado na Base Aérea de Spangdahlem, na Alemanha, é especializado nesse tipo de missão.
“Parks se posicionou intencionalmente dentro do alcance de uma complexa zona de defesa aérea que protegia a capital inimiga”, descreveu a USAF no comunicado, com uma aparente referência à capital iemenita de Sanaa, controlada pelos houthis. “Contudo, a consequência de suas ações deliberadas foi uma saraivada de mísseis e artilharia antiaérea inimigos, disparados com precisão contra seus F-16.”
Por muito pouco, Parks e seus companheiros repeliram a barragem de mísseis. Nos 15 minutos seguintes, o esquadrão de F-16 liderado por Parks combateu os mísseis inimigos com manobras de alta performance e acionando as contramedidas dos caças com os “mísseis inimigos passando a poucos metros de sua aeronave”, afirma a citação da condecoração.

Com o nível de combustível abaixo do mínimo e ainda sobre território inimigo, Parks coordenou um encontro de emergência com dois aviões-tanque para reabastecimento em voo, “evitando a provável perda de duas aeronaves por falta de combustível”, segundo a justificativa da condecoração. “Suas ações firmes e corajosas contribuíram diretamente para a sua sobrevivência e do seu companheiro de esquadrão”, acrescenta a justificativa da premiação.
Atualmente trabalhando no gabinete do Vice-Chefe do Estado-Maior da USAF no Pentágono, Parks relembrou a missão durante a cerimônia. “A solidão se instala, mesmo que pareça que tudo está acontecendo muito rápido, você simplesmente sente aquele momento em que ‘Estou me sentindo muito sozinho aqui esta noite’”, disse Parks. “E então isso se transformou muito rapidamente em euforia. Conforme eu me aproximava um pouco mais, o centro de [comando e controle] e a USAF começaram a me contatar e meus pedidos de ‘preciso de ajuda! Estamos sem combustível. Preciso de aviões-tanque’.”
Durante oito meses, entre outubro de 2024 e julho de 2025, doze caças F-16 de Spangdahlem foram enviados ao Oriente Médio para atuar nas Operações Prosperity Guardian e Rough Rider, que tinha entre os objetivos combater os rebeldes houthis.

Como comandante do 480º Esquadrão de Caça Expedicionária (480th EFS), Parks liderou a unidade em um recorde de missões, registrando 108 vitórias em combates ar-ar contra drones e mísseis de cruzeiro. Para isso, foram empregados foguetes guiados a laser AGR-20F em missões ar-ar e priorizando o uso de mísseis AIM-9M mais antigos, economizando mais de US$ 25 milhões em custos de munição, resultando no primeiro emprego bem-sucedido desse tipo de armamento em combate em 30 anos.
Durante seu destacamento no Oriente Médio, Parks obteve seis vitórias aéreas, conquistadas em missões de proteção aos cerca de 5.000 marinheiros a bordo do porta-aviões USS Harry S. Truman. O navio era frequentemente alvo de ataques de drones houthis.

“É raro alguém com menos de 100 condecorações concedidas pela USAF, receber uma Estrela de Prata”, disse Wilsbach durante a cerimônia. “Depois de ouvir a história de Skate, sua liderança, ações decisivas e habilidade diante do perigo, acredito firmemente que ele merece essa honra. Reconhecer a bravura em combate é importante, e é um privilégio servir ao lado de guerreiros como ele.”
Parks vem de uma família de militares da USAF. Seu pai era piloto de testes da USAF, seu tio era Oficial de Sistemas de Armas do F-111, seu primo é piloto de KC-135 Stratotanker e C-17 Globemaster III, e seu irmão pilota o C-146 Wolfhound.
“É incrível, e isso significa muito”, disse Parks. “A quantidade de aviação e tudo o que temos em nossa família, isso me moldou e me ajudou a me tornar quem sou.”
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