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PARA-SAR e o salto livre operacional inédito a 33 mil pés

27 de novembro de 2025
PARA-SAR e o salto livre operacional inédito a 33 mil pés. Fotos: FAB.
PARA-SAR e o salto livre operacional inédito a 33 mil pés. Fotos: FAB.

PARA-SAR e o salto livre operacional inédito a 33 mil pés. Paraquedistas do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) da Força Aérea Brasileira (FAB), participaram no mês de outubro de um treinamento inédito para testar o sistema High Altitude Low Opening (HALO) do KC-390 Millennium.

O objetivo principal foi validar a efetividade do sistema de fornecimento de oxigênio da aeronave, destinado para pilotos e tripulantes em operações em grandes altitudes com a aeronave despressurizada.

Durante o treinamento aconteceu um salto à 33 mil pés (10 km de altura), recorde na América do Sul. O procedimento não poderia ocorrer sem equipamentos especiais como o console de ar coletivo e individual, tanto para os saltadores, como para a tripulação, certificadores de voo e médicos.

Preparo dos paraquedistas

Saltando a 33 mil pés, os militares do PARA-SAR precisaram colocar em prática anos de treinamento. “Além de experiência, coragem e autoconfiança, uma preparação fisiológica com testes específicos foi realizada para aferir os reflexos dos paraquedistas em grandes altitudes, bem como uma equipe médica especializada foi designada para explicar detalhadamente os efeitos da temperatura, hipóxia (deficiência de oxigênio nos tecidos e células do corpo) e necessidades de atenção”, ressaltou o Comandante do PARA-SAR, Tenente-Coronel de Infantaria Igor Duarte Fernandes.

Equipamentos

Nos saltos em grandes altitudes, o console – caixa com saídas que suprem o ar antes e durante o voo – e os sistemas de oxigênio desempenham papel fundamental ao garantir o fornecimento contínuo e seguro de ar respirável aos paraquedistas durante todo o processo, desde a desnitrogenação até a saída da aeronave.

Aliados a esses sistemas, as roupas de proteção térmica — compostas por camadas isolantes, luvas especiais e óculos de alta resistência — asseguram a integridade física dos militares em ambientes de baixa pressão e temperaturas extremas, que podem atingir valores inferiores a –40 °C.

A integração entre esses recursos críticos permite que os operadores mantenham plena consciência situacional, mobilidade e capacidade de manobra, ampliando a eficiência e a segurança das infiltrações aéreas em missões de alta complexidade.

Para que serve o salto a Grande Altitude?

O salto militar, especialmente em modalidades como HALO (High Altitude Low Opening) e HAHO (High Altitude High Opening), é uma capacidade estratégica essencial para as Forças Armadas, permitindo a infiltração sigilosa, precisa e a longas distâncias de tropas especializadas em ambientes sensíveis ou de difícil acesso. Esse tipo de operação amplia significativamente o alcance e a flexibilidade das ações militares, possibilitando o emprego de equipes em missões de resgate, reconhecimento especial, ações diretas em qualquer cenário.

A certificação do KC-390 Millennium em lançamentos de paraquedistas de grandes altitudes representa um marco para o preparo e o emprego operacional da FAB, consolidando uma capacidade de infiltração aérea sigilosa e de longo alcance, fundamental para missões de Operações Especiais em ambientes extremos.

O Major de Infantaria José Ivan Pedroza Bezerra Ribeiro, do PARA-SAR, destacou que o salto em ambientes extremos amplia a capacidade da Força Aérea Brasileira (FAB) e do PARA-SAR no planejamento de missões de infiltrações aéreas. Segundo o Oficial, o cumprimento desse tipo de missão reforça a prontidão e a capacidade de resposta da FAB na condução de operações especiais em cenários de alto risco e elevada complexidade.

Acompanhamento médico

De acordo com o Major Médico Alexandre Fonseca de Melo, do Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV), o acompanhamento médico é essencial e começou bem antes da execução da missão. “Todos os integrantes — pilotos, loadmasters, médicos e paraquedistas — passaram por seleção rigorosa, incluindo avaliação de Junta de Saúde, para garantir que não apresentassem comorbidades ou condições que pudessem colocar suas vidas em risco durante a exposição a ambientes fisiológicos extremos”, explicou.

Os paraquedistas e tripulantes foram encaminhados ao Instituto de Medicina Aeroespacial (IMAE) para treinamento fisiológico, onde aprenderam a reconhecer seus sintomas de hipóxia e se preparar para o estágio de adaptação fisiológica. Durante os dias da missão, também ocorreram diversos briefings. Em um voo de teste do sistema de oxigênio, foi realizado um salto a 25 mil pés, validando o funcionamento dos equipamentos e os procedimentos.

“Para saltos em alta altitude, os militares utilizam sistemas de oxigênio portáteis, pois ao se desconectarem do sistema da aeronave, o tempo útil de consciência sem oxigênio é de apenas alguns segundos — o que prejudica rapidamente lógica, psicomotricidade e outras habilidades cognitivas”, pontua o Major Fonseca. Além do oxigênio, os paraquedistas utilizam roupas especiais contra o frio extremo, já que a temperatura externa pode chegar a -50°C. Essas medidas reduzem o risco de congelamento de extremidades, completa o médico.

No solo, uma equipe médica permaneceu posicionada para o atendimento imediato após os pousos — medida padrão para tratar possíveis intercorrências na aterragem dos paraquedistas.

Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento

O Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS), mais conhecido como PARA-SAR, é uma unidade que executa missões de Busca e Salvamento e de Operações Especiais. As origens do esquadrão remontam a uma época em que os paraquedas eram os principais meios para salvar pessoas, em desastres aéreos, longe dos grandes centros. Naquele tempo, os helicópteros eram limitados e o Brasil muito menos habitado.

A prática do paraquedismo de resgate trouxe experiência para gerações de militares. O conhecimento gerado permitiu que a tropa alcançasse a vanguarda, nacional e regional, aeroterrestre. Utilizando toda essa bagagem operacional, os paraquedistas atuais exploram ao máximo os equipamentos para atingir limites como o salto a grande altitude (acima de 12 mil pés em relação ao nível do mar) a partir das diversas plataformas aéreas.

Fonte: FAB

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