

O conselho de trabalhadores da Airbus prefere a construção do FCAS sem a Dassault. A discussão sobre o futuro do Future Combat Air System (FCAS) segue, agora com os funcionários da Airbus optando por não trabalhar com a Dassault.
Os governos alemão e espanhol permanecem comprometidos com os acordos de compartilhamento de tarefas firmados até o momento para este projeto multibilionário, enquanto o CEO da Dassault, Eric Trappier, continua a afirmar publicamente sua liderança no desenvolvimento do futuro caça (New Generation Fighter — NGF), não aceitando mais os termos previamente acordados. Com isto a Dassault seria a líder do projeto, ao passo que as demais empresas — Airbus (Alemanha) e a Indra (Espanha) seriam meras coadjuvantes.
A novidade agora veio do presidente do Conselho de Trabalhadores da Airbus Defence and Space, Thomas Pretzl, que informou que prefere continuar a construção do Next Generation Future Combat Air System (FCAS) sem a sua parceira francesa, a Dassault. “Queremos voltar a desenvolver e construir um bom caça”, afirmou. A frase teria soado como, “com a França não teríamos um bom caça?”
Segundo um comunicado divulgado por seu gabinete, Pretzl fez essa declaração em 10/11, durante uma reunião da empresa nas instalações da Airbus em Manching. Ele acredita que a melhor maneira de alcançar esse objetivo é sem a Dassault e sem prejudicar as relações franco-alemãs.
Suas declarações aludiram à possível resolução da tensa situação entre a Airbus e a fabricante francesa de aeronaves Dassault em relação ao projeto FCAS. Além de caças, o FCAS também inclui diversos tipos de drones e uma nuvem de combate. Segundo o conselho de trabalhadores, existe um conflito antigo entre a Airbus e a Dassault sobre as cotas de produção. “Precisamos de clareza”, enfatizou Pretzl, referindo-se às decisões pendentes dos governos envolvidos.
A Dassault exige uma contribuição significativamente maior para o desenvolvimento do caça de próxima geração do que a previamente acordada pelos parceiros do FCAS. Os ministérios da Defesa francês e alemão pretendem resolver essa questão antes do final do ano.
Em julho, o chanceler Friedrich Merz declarou que a França e a Alemanha deveriam respeitar a divisão de trabalho acordada. Trappier afirmou que as negociações com a divisão de defesa da Airbus estavam em andamento e que nenhum acordo havia sido alcançado. A Airbus declarou permanecer comprometida com o sucesso do projeto e com todos os acordos firmados até então.
Durante a reunião da empresa, Pretzl agradeceu aos trabalhadores pelo apoio. Juntamente com o conselho de trabalhadores e o sindicato IG Metall, eles organizaram uma manifestação na fábrica exigindo a continuidade das novas encomendas do Eurofighter.
Outro tema discutido em Manching foi a aposentadoria gradual dos caças Tornado até 2030, que, segundo o anúncio, resultará na perda de aproximadamente 350 empregos na cidade. O conselho de trabalhadores afirmou ter chegado a um acordo para garantir os empregos dos operários. Esse acordo inclui, segundo informações, regras claras para realocação de funcionários, proteção contra demissão, salários garantidos e programas de treinamento.
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