

Saab estuda montar Gripen E no Canadá em apoio a demanda da Ucrânia. A sueca Saab e está considerando montar seus caças Gripen E no Canadá, para expandir a sua capacidade de produção em meio à crescente demanda da Ucrânia e outros clientes internacionais.
No último dia 22 de outubro, o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, assinaram uma carta de intenções envolvendo uma possível venda de mais de 100 caças Saab Gripen E para modernizar a Força Aérea Ucraniana (UAF).
Com design robusto e baixo custo operacional, o Gripen E foi projetado para operações dispersas com pouca manutenção e rápido rearmanento, o que é ideal para a Ucrânia, como afirmou o piloto de MiG-29 da UAF, Vadym Voroshylov, codinome “Karaya” e nomeado Herói de Guerra 2022.
Ampliação da capacidade de produção

Após o anúncio, o CEO da Saab, Micael Johansson, disse ao Financial Times que a empresa está avaliando maneiras de aumentar rapidamente a produção, observando que o possível pedido da Ucrânia dobraria as necessidades atuais de montagem. Isso poderia levar a abertura de novas linhas de montagem no Canadá, na Ucrânia ou em outros lugares da Europa.
A Saab já monta caças Gripen E na Suécia e no Brasil, onde a Embraer gerencia a produção local. Uma linha de produção canadense marcaria a primeira presença industrial da Saab na América do Norte.
Saab e Bombardier em negociações

A canadense Bombardier confirmou que mantém conversas em com a Saab sobre a produção do Gripen no Canadá. “A Bombardier está disposta a fornecer suporte local especializado caso o Governo do Canadá decida seguir esse caminho”, disse Mark Masluch, Diretor Sênior de Comunicações da empresa, ao The Globe and Mail.
Uma fonte do governo canadense acrescentou que uma joint venture entre a Saab e a Bombardier está sendo considerada. A linha de montagem poderá ser estabelecida nas instalações da Bombardier em Toronto Pearson ou em Dorval, Quebec, ou em um novo local, de acordo com a demanda.
A Saab e a Bombardier já colaboram na aeronave GlobalEye AEW&C, uma plataforma baseada no jato executivo Global 6000/6500 da Bombardier e equipada com o radar Erieye da Saab.
Fortalecimento dos laços industriais entre o Canadá e a Suécia

Em agosto de 2025, a Ministra da Indústria do Canadá, Mélanie Joly, visitou a Suécia e afirmou que o seu país está comprometido em trabalhar com aliados de confiança para diversificar as cadeias de suprimentos e fornecer as tecnologias avançadas e a expertise de que o mundo precisa.
Mais recentemente, em 29 de outubro, durante a Cúpula Aeroespacial Canadense em Ottawa, Joly descreveu a potencial expansão da Saab como “boas notícias” e confirmou que havia se encontrado com Micael Johansson mais cedo naquele dia. “Tenho trabalhado ativamente com a Saab para ver o que pode ser feito para desenvolver mais parcerias com o Canadá, inclusive com o programa GlobalEye, mas também estamos dispostos a considerar como podemos apoiar a Ucrânia”, disse Joly.
A ministra acrescentou que o Canadá e a Suécia compartilham uma visão comum sobre a segurança europeia e a Ucrânia, e que suas indústrias aeroespaciais são parceiras naturais. “Acredito, portanto, que existe uma excelente parceria entre o Canadá e a Suécia que podemos fortalecer”, concluiu Joly.
Canadá reavalia acordo para o F-35

A revisão do pedido canadense de 88 caças americanos Lockheed Martin F-35A Lightning II pode abrir caminho para a proposta da Saab, uma vez que o governo adiou a confirmação final do contrato do F-35 por preocupações com os elevados custos e o limitado retorno industrial.
O primeiro-ministro Mark Carney lançou a revisão no início deste ano 2025, citando a necessidade de diversificar os fornecedores de defesa em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos. Com isso, o Canadá poderia adotar uma frota mista, combinando F-35 e Gripen E para equilibrar sua soberania, custo e benefícios industriais.
O Embaixador dos EUA no Canadá, Pete Hoekstra, alertou que manter dois tipos de caças seria “extremamente custoso” para Ottawa. O jornal Ottawa Citizen noticiou que o governo americano advertiu sobre “sérias consequências” caso o Canadá decidisse revisar o acordo.
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