
A Guerra das Falklands/Malvinas, ocorrida entre abril e junho de 1982, no Atlântico Sul, não terminou apenas com a derrota da Argentina para os britânicos nos gelados campos de batalha das inóspitas ilhas austrais. Acabou também com o governo militar que dirigiu o país entre 1976 e 1983, e com o prestígio das forças armadas daquele país vizinho. Quando o mando da nação foi passado dos militares para os civis, estes trataram de garantir que os primeiros nunca mais voltariam ao poder. De viés de centro-esquerda em sua grande maioria, os políticos iniciaram um projeto lento, gradual e velado de enfraquecimento das forças armadas argentinas.
Pouco a pouco, foram tornando-as menos poderosas, negando todo e qualquer pedido de reestruturação, modernização ou rearmamento. Minguaram os soldos e qualquer benefício do funcionalismo público a seus militares. Trataram-nos como uma classe à parte, e, aos poucos, o material foi ficando obsoleto e os homens, desanimados. Qualquer paridade, e muito menos a superioridade em relação a seus vizinhos, passou a ser impossível. Oficiais foram julgados publicamente, e sua dignidade foi arrancada diante de um povo que se importava cada vez menos com a defesa do país. Na força aérea, caças Mirage III e A-4 Skyhawk foram saindo da linha de voo aos poucos, até que pararam de operar, deixando a força unicamente com aeronaves de treinamento IA-63 Pampa — um avião inadequado para as missões de um jato de primeira linha.
A esse processo de desgaste gradual podemos dar o nome de “argentinização”, uma vez que foi copiado depois em outros países ao redor do mundo.
No entanto, após muitos anos de sofrimento e vergonha, apareceu o Presidente Javier Milei, que não só entendia a importância da dissuasão, mas que tratou de reerguer as forças armadas do país, por ter a convicção de que elas formam parte fundamental das instituições que sustentam a própria personalidade nacional, e também por não temê-las.
No caso da força aérea, Milei aprovou a aquisição de uma frota de caças Lockheed Martin F-16 e deu início a tratativas para equipar o país com reabastecedores Boeing KC-135, revolucionando a capacidade de defesa da força.
O processo de argentinização não é nenhuma novidade, visto que suas etapas se repetem a cada vez que é empregado por governos democráticos, ou não, a fim de enfraquecer forças armadas, cuja missão é sempre a de defender o país contra inimigos externos ou internos, e de servir como bússola moral da nação.
Devemos ver um rápido avanço na capacidade operativa e na moral das forças armadas argentinas, além de uma nova respeitabilidade do país junto ao Mundo Livre.
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Editorial da edição número 155 – Agosto de 2025 da Revista Força Aérea (RFA). A Revista Digital de Aviação Militar Brasileira.
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