

OTAN faz exercícios perto da fronteira com a Rússia. Mais de 40 aviões de combate e mais de 1.000 militares de quatro nações estão participando do Atlantic Trident 25, um grande exercício multinacional de combate aéreo no espaço aéreo finlandês, de 16 a 27 de junho de 2025.
O exercício marca a primeira vez que a Finlândia sedia o evento, após a adesão do país à OTAN no ano passado. Com isto também é a primeira vez que a Atlantic Trident sai do seu formato tradicional EUA-Reino Unido-França.

Os exercícios envolvem aeronaves da F/A-18 Hornet da Força Aérea Finlandesa (FAF), F-35A Lightning II e F-15E Strike Eagles da USAF, Eurofighter Typhoon da Royal Air Force (RAF) e Dassault Rafale do Armée de l’Air et de l’Espace (AAE). Além disto, um conjunto completo de aeronaves de apoio, incluindo aviões-tanque, aviões de transporte e AWACS. O foco é aprimorar a integração de aeronaves de quarta e quinta geração e preparar as forças aliadas para ambientes de combate aéreo complexos e disputados.

O exercício é liderado pelas U.S. Air Forces in Europe–Air Forces Africa (USAFE-AFAFRICA) e descrito como um evento de nível tático que: “visa aprimorar a proficiência tática, construir confiança e demonstrar a capacidade militar dos EUA em operações multinacionais de alto nível”. Ele faz parte de esforços mais amplos para reforçar a interoperabilidade aliada e dissuadir potenciais agressões por meio de implantações visíveis e confiáveis de poder de combate.

A escolha da Finlândia como anfitriã é particularmente significativa. Desde que ingressou na OTAN em abril de 2023, a Finlândia trouxe para a aliança um exército capaz e de alta prontidão, além de uma fronteira terrestre de 1.300 quilômetros com a Rússia. Sua participação em operações aéreas aliadas de larga escala, tão perto dessa fronteira, sinaliza uma confiança crescente na dissuasão regional e uma postura evolutiva da OTAN na região do Extremo Norte e do Báltico.
O contexto é transformador. A entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN, encerrando décadas de não alinhamento militar, representa uma das mudanças estratégicas mais significativas na Europa desde o fim da Guerra Fria. Impulsionados pela invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, os dois países nórdicos buscaram as garantias de segurança coletiva oferecidas pelo Artigo 5 da OTAN.

A posição geográfica da Finlândia confere à OTAN maior profundidade operacional e acesso imediato a terrenos críticos ao norte. A Suécia, que aderiu à aliança em março de 2024, reforça o controle da OTAN sobre as abordagens do Mar Báltico e do Ártico, oferecendo ativos estratégicos como caças Gripen, submarinos da classe Gotland e a própria ilha de Gotland.
Juntos, sua adesão permite à OTAN planejar e executar a defesa integrada do Báltico e do Ártico com mais eficácia do que nunca, eliminando antigas lacunas geográficas na postura da aliança. O Tridente Atlântico 25, agora realizado nos céus finlandeses, é uma demonstração visível dessa nova realidade estratégica.
Entre no nosso grupo de WhatsApp
@CAS