Nova foto do caça chinês J-36 mostra mais detalhes da misteriosa aeronave
Nova foto do caça chinês J-36 mostra mais detalhes da misteriosa aeronave. O novo caça chinês J-36 foi recentemente fotografado em uma posição frontal, revelando mais sobre sua configuração. Construído pela Chengdu Aircraft Corporation (CAC), o J-36 é um dos dois misteriosos projetos de última geração da indústria chinesa ao lado do J-XDS.
De acordo com o The Aviationist, a imagem é uma captura de tela e o consenso geral é que ela pode ser genuína (não manipulada). No entanto, o renomado pesquisador de aviação militar chinês Andreas Rupprecht, que compartilhou a imagem de outro usuário, alertou que é preciso “rever o ceticismo […], pois muitas imagens falsas do J-36 foram publicadas recentemente, e esta parece boa demais para ser verdade”.
Também conhecido como JH-XX e comumente descrito como um “bombardeiro regional” que poderia lançar as bases para o bombardeiro estratégico H-20, ainda maior, o J-36 parece ainda estar nos estágios iniciais de testes e seu papel ainda é incerto. No entanto, três características chave do projeto são claramente vistas na nova foto, o que pode ser útil para entender melhor as capacidades da aeronave.
Cabine de comando
Foi confirmado que a aeronave trimotora possui assentos lado a lado. Dois Head-Up Displays (HUDs) são claramente visíveis, um para cada piloto. Isso, juntamente com o canopy bipartido constitui a evidência mais direta e incontestável de que a cabine foi projetada para dois tripulantes, se a foto for confirmada.
A configuração é semelhante à de grandes bombardeiros estratégicos, como o B-2 Spirit e o B-21 Raider, mas também à de aeronaves táticas de ataque ao solo, como o antigo F-111 Aardvark ou o Su-34 Fullback, todos com cabines para dois tripulantes lado a lado. Não se sabe se há espaço para outro tripulante, com um engenheiro de voo para operar os três motores e o conjunto de sistemas embarcados.
Embora isso pareça improvável, não pode ser completamente descartado, dada a carga de trabalho do J-36 — que abrange desde o voar a aeronave até operar sistemas de armas, sensores, guerra eletrônica e possivelmente até drones —, que poderia ser excessiva para ser compartilhada entre os dois pilotos. O americano B-2, por exemplo, foi projetado com a opção de um terceiro tripulante, embora isso não tenha sido adotado.
Motor dorsal
A visão frontal da entrada de ar dorsal mostra o que parece ser uma entrada supersônica sem desvio (DSI), com os contornos de uma protuberância visível de lado no vídeo de 07 de abril, agora quase invisível na sombra. No breve clipe de seis segundos que mostra o J-36 sobrevoando o tráfego urbano durante o pouso na usina de Chengdu, uma elevação na coluna, na direção da entrada dorsal, sugeriu a presença de uma DSI.
A última imagem também mostra uma superfície elevada atrás da entrada dorsal; no entanto, não está claro se é um freio aerodinâmico ou outro sistema. O tubo de Pitot também é visível.
As superfícies de controle do bordo de fuga, que também atuam como freios aerodinâmicos e foram vistas abertas e fechadas no vídeo de 07 de abril, não estão visíveis na imagem mais recente. Isso pode ocorrer porque a imagem não captura as asas inteiras, já que um pequeno segmento foi cortado.
Compartimentos de armas
Conforme relatado durante o segundo voo de teste do J-36, capturado em um vídeo de 17 de março de 2025, o bombardeiro possui um trem de pouso dianteiro com duas rodas e o principal com rodas duplas. Uma vista inferior da aeronave em voo mostrou os trens de pouso principais estendidos, alojados em uma grande porta para cada conjunto.
A última imagem frontal do J-36 em solo mostra as enormes portas abertas um pouco mais de perto, ao mesmo tempo em que revela que o trem de pouso principal com rodas duplas está voltado para dentro.
O vídeo de 17 de março também mostrou o amplo espaço entre os dois trens de pouso principais, que claramente abrigarão compartimentos internos de armas. O formato das portas não era claramente visível na época, e não há informações suficientes para se ter uma ideia da carga útil pretendida.
Na recente vista frontal, os compartimentos de armas estão abertos. Observando a posição e os diferentes tamanhos das portas, pode-se ver que a aeronave possui um compartimento central grande e dois compartimentos laterais menores.
No entanto, ainda não é possível vê-los abertos por baixo para revelar sua estrutura interna, como foi visto pela primeira vez no Zhuhai Airshow de 2018. Essa visão também nos permitiria apreciar a profundidade do compartimento de armas e ter uma primeira ideia do tamanho da carga útil.
Como observado, o fluxo constante de conteúdo sobre a próxima geração de aeronaves da China parece quase orquestrado, com cada nova imagem ou clipe revelando detalhes adicionais do projeto, alimentando especulações entre analistas e gerando burburinho na mídia. Ao mesmo tempo, essa estratégia pode servir a um propósito político mais amplo: exibir o progresso tecnológico e, sutilmente pressionar Washington.
Conclusão
A China está longe de depender totalmente dessas aeronaves para combate e pode contar com sua extensa frota de aeronaves de 4ª e 5ª geração. Informações adicionais viriam apenas em termos visuais, com tomadas superiores, laterais e inferiores mais nítidas, depósitos de munição abertos, transporte de munição, disparos e renderizações conceituais.
Foi o caso do J-20, cujas revelações oficiais sobrevivem apenas em fotos e vídeos, além dos closes mais nítidos do Zhuhai Airshow de 2024. Exceto pela transição para o motor WS-15, nenhum relatório chinês identificou ainda a classificação ou designação de qualquer um de seus subsistemas, como o sistema de busca e rastreamento infravermelho (IRST), o sistema de mira eletro-óptica (EOTS) montado no nariz ou a capacidade de guerra eletrônica (EW), e provavelmente nunca o fará.
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