Saab trabalha para o GlobalEye ser a plataforma AEW&C conjunta dos países nórdicos. A sueca Saab está trabalhando junto aos governos dos países nórdicos para que utilizem de forma conjunta as suas aeronave GlobalEye de Alerta Aéreo Antecipado & Controle (AEW&C), reduzindo a dependência europeia dos equipamentos militares americanos.
De acordo com fontes ouvidas pelo jornal The Financial Times, a Saab está promovendo o GlobalEye para se tornar a espinha dorsal de um esforço conjunto de vigilância entre a Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. A aeronave da Saab seria uma alternativa aos aviões americanos E-3 Sentry e E-7 Wedgtail.
O presidente-executivo da Saab, Micael Johansson, disse ao Financial Times que há um interesse muito grande da empresa nos quatro países nórdicos, agora todos membros da OTAN. “Como protegemos o Mar Báltico? Como olhamos para o Ártico? Deveríamos ter uma capacidade comum de vigilância 24/7 nos países nórdicos? É um passo natural na cooperação da OTAN” questiona Johannson.
A Saab, oitava maior empresa de defesa da Europa, tem um amplo portfólio de produtos que inclui as avançadas aeronaves de vigilância GlobalEye, cujo principal rival no mercado é o Boeing E-7 Wedgetail. Essas plataformas AEW&C são especialmente relevantes para patrulhar o tráfego de navios e aeronaves russas no Mar do Norte, Mar Báltico e no Oceano Atlântico Norte.
O ex-piloto de caças Gripen da Saab e atual presidente-executivo da Avioniq, uma empresa sueca de inteligência artificial de defesa, Mikael Grev, disse que a desconfiança dos EUA é uma oportunidade para a Saab e outras empresas europeias deixar de depender dos caprichos da política externa dos americanos. “É estúpido colocar todos os ovos na mesma cesta”, afirmou Grev.
Baseado na família dos jatos executivos de longo alcance Bombardier Global 6000/6500, o GlobalEye é equipado com um poderoso radar Erieye produzido pela Saab, que fornece uma cobertura de 300 graus, detectando alvos aéreos e marítimos. O Eireye é capaz de rastrear alvos em um raio de 650 km no mar e 425 km em solo, bem como drones entre 100 km e 600 km de distância, dependendo do tamanho dos alvos.
A Saab vendeu cinco GlobalEye para os Emirados Árabes Unidos e três para a Suécia, que tem uma opção de adquirir a quarta aeronave. Executivos da Saab disseram que se o governo sueco adquirir o quarto GlobalEye, esta frota seria capaz de cobrir a maior parte da região nórdica, incluindo as ilhas árticas de Svalbard, Islândia e Groenlândia.
Os quatro países nórdicos já têm um acordo de cooperação de defesa aérea com a operação conjunta de caças, onde a Suécia contribui com seus Saab JAS39 Gripen e a Dinamarca, Finlândia e Noruega com seus Lockheed Martin F-35A.
O ministro da defesa da Suécia, Pål Jonson, disse que se os outros países estivessem interessados em operar conjuntamente o GlobalEye, seu governo acolheria com satisfação. “A cooperação nórdico-báltica está florescendo como nunca antes. Todos nós vamos afundar ou nadar juntos”, disse Jonson.
O radar Saab Erieye é usado pelas forças aéreas da Suécia, Brasil, Paquistão, Tailândia, Grécia, México, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita. A plataforma onde o sensor é instalado pode variar de acordo com as necessidades de cada cliente, tornando as exportações potenciais altamente flexíveis. Atualmente a Saab está trabalhando em licitações internacionais para fornecer o GlobalEye para a França, Coreia do Sul e Canadá.
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