Suspeita-se de erro do piloto em bombardeio de área civil por caças da ROKAF. O acidente, ocorrido em 6 de março, quando dois KF-16 lanaram bombas em uma área civil, pode ter sido causado por erro dos pilotos. Vários civis ficaram feridos, incluindo quatro gravemente, quando os KF-16 “acidentalmente lançaram” 8 bombas Mk-82 de 500 lb na Cidade de Dong-myeon na Província de Gyeonggi da Coreia do Sul.
A Republic of Korea Air Force (ROKAF) informou que o incidente durante um Exercício Conjunto com a USAF, esta sendo investigado, através de um inquérito militar.
O incidente ocorreu aproximadamente às 10h04 do dia 6 de março de 2025, em Cidade de Dong-myeon próximo a Pocheon, uma cidade localizada no norte da Coreia do Sul, a cerca de 25 quilômetros da fronteira fortemente fortificada com a Coreia do Norte.
Conforme a ROKAF, os dois caças KF-16 estavam conduzindo um exercício de tiro real no Centro de Treinamento de Ciência e Tecnologia de Seungjin, quando ambos os jatos lançaram quatro bombas convencionais Mk-82 cada, por engano. As bombas atingiram uma vila próxima em vez da área-alvo pretendida.
O KF-16 é uma variante sul-coreana do Lockheed Martin F-16C/D Block 32/52 fabricado sob licença na Coreia do Sul pela Korean Aerospace Industries (KAI). As bombas lançadas durante o incidente eram bombas Mk-82, um tipo não guiadas e de uso geral. Cada Mk-82 pesa aproximadamente 500 libras (cerca de 227 quilos) e é projetada para destruir alvos terrestres, incluindo edifícios, veículos e posições fortificadas.
O direcionamento das bombas Mk-82 envolve pilotos inserindo manualmente as coordenadas do alvo nos sistemas de navegação e armas da aeronave antes da decolagem, usando os modos CCIP (Constantly Computed Impact Point) e CCRP (Constantly Computed Release Point). Durante o voo, os sistemas da aeronave calculam o ponto de liberação ideal com base na velocidade, altitude e trajetória de voo. Conforme a aeronave se aproxima do alvo, os pilotos confirmam normalmente as coordenadas visualmente antes de liberar as bombas.
Embora existam kits que convertem o Mk-82 em uma munição guiada de precisão, qualquer erro nas coordenadas de entrada pode resultar em uma falha significativa, pois as bombas seguem a física do ponto de lançamento e não corrigem sua trajetória durante o voo.
Descobertas preliminares de autoridades militares sul-coreanas relatadas pela Yonhap News Agency indicam que o acidente decorreu de um erro de entrada das coordenadas do alvo, feito pelo líder da esquadrilha, antes da decolagem. Ao receber o plano da missão, o piloto inseriu manualmente as coordenadas do alvo usando um teclado e um dispositivo de armazenamento USB, que continha o plano do missão. Um erro durante esse processo resultou no lançamento das bombas no local errado.
Oficiais militares explicaram que esse erro poderia ter sido detectado durante três etapas de verificação separadas: ao conectar o dispositivo de armazenamento à aeronave, durante o voo e ao confirmar visualmente o alvo na chegada. No entanto, o processo de verificação foi aparentemente negligenciado em todas as etapas, levantando preocupações sobre práticas de treinamento frouxas.
Para agravar o erro, o ala da esquadrilha de KF-16, que havia inserido corretamente as coordenadas, ainda lançou suas bombas no mesmo local incorreto, seguindo as ações da aeronave líder como parte de um exercício de lançamento sincronizado. Isso levanta mais questões sobre se a comunicação adequada em voo e a consciência situacional foram mantidas durante o exercício.
Os dois pilotos, ambos oficiais experientes com mais de 400 e 200 horas de voo, respectivamente, estão atualmente sob investigação. O ROKAF também confirmou que o monitoramento de radar detectou ambos os jatos se desviando levemente de sua rota de voo planejada, embora o desvio não tenha sido considerado significativo na época, e nem corrigido pelo controlador.
Além dos ferimentos, as explosões causaram danos materiais severos, incluindo a destruição de duas casas e uma igreja. A ROKAF prometeu fornecer compensação integral aos moradores afetados.
Um comitê especial de investigação foi formado para revisar completamente o incidente, com foco em erros do piloto, lapsos de verificação e falhas de procedimento no exercício de treinamento. As autoridades também estão revisando a saúde e a aptidão dos pilotos antes do voo, incluindo se o consumo de álcool pode ter sido um fator.
@CAS