No último sábado (22), chegaram ao Aeroporto Internacional de Ezeiza os militares da Força-Tarefa Argentina 55 (FTA 55), que estavam na Missão de Paz da ONU no Chipre (UNFICYP – United Nations Peacekeeping Force in Cyprus). Eles vieram no voo ARG 1921, operado pelo Airbus A330-200 da Aerolineas Argentinas (LV-GHQ), que cinco dias antes transportou o contingente FTA 56, que assumiu a Missão Argentina na ilha cipriota.
Neste vôo vieram 30 militares da Armada Argentina que estavam no Chipre desde março deste ano – alguns estavam desde novembro de 2019, e que agora terão que cumprir isolamento de 15 dias por conta das medidas de segurança impostas pela pandemia do COVID-19.
O Tenente de Navio Juan Matías Polemann, foi um dos integrantes que desembarcou no sábado, e explicou um pouco da sua rotina no Chipre. Ele estava desde setembro de 2019 como Observador Militar e Oficial de Ligação (MOLO).
“A nossa função era monitorar o comportamento das forças opostas, a fim de evitar uma escalada das tensões até que o conflito possa ser resolvido politicamente. Além disso, como oficiais de ligação éramos intermediários entre os dois lados, ou seja, nos comunicávamos com ambas partes para evitar mal-entendidos e tentar resolver pequenos conflitos diários”, relatou o oficial da Armada.
O Tenente Matía falou que por conta da pandemia global, no início deste ano a rotina das missões foram alteradas e disse que:
“primeiramente, foram fechadas as travessias entre o Norte e o Sul da ilha, para a população civil primeiro e para a ONU depois. Este fato dificultou muito o trabalho de articulação e aumentou a tensão entre as partes, que apesar do conflito que enfrentam, tiveram que trabalhar juntas para proteger a integridade do território”.
Seguiu relatando que “tivemos que nos adaptar e buscar alternativas. Utilizamos ao máximo as tecnologias de comunicação, realizando videochamadas entre os adversários por conta da impossibilidade de um encontro pessoal. O home-office não é uma opção para uma missão de paz, onde a presença física é parte fundamental do nosso trabalho como força militar que se interpõe entre duas partes para evitar confrontos. Em patrulhas, por exemplo, permanecíamos dentro dos veículos ”.
Está programado um segundo vôo fretado pela ONU, que chegará na Argentina no dia 8 de setembro, trazendo outra parte do contingente da FTA 55.
@FFO