O poderoso Furacão Laura está sobre o Golfo do México e nas próximas horas deve atingir o território dos Estados Unidos. Os prognósticos é que nesta quinta-feira – 27 de agosto ele toque o solo do Sul dos estados do Texas e da Louisiana, como Categoria 4 (escala Saffir-Simpson) e ventos superiores a 200 km/h.
Em 19 de agosto a agência meteorológica Americana NOAA (National Oceanic e Atmospheric Administration) detectou mais uma tempestade tropical na região do Caribe, a décima terceira da temporada. Como rotina, passou a acompanhá-la através de imagens de satélite e dos dados recebidos das suas aeronaves especializadas, enviadas para monitoração. Dois dias depois a formação meteorológica ganhou força e intensidade, sendo elevada à categoria de furacão e batizada de Laura.
A partir deste momento o National Hurricane Center (NHC) passou a monitorar de perto o deslocamento do furacão, e as aeronaves da NOAA passaram a intensificar as suas missões.
Entre os aviões da agência estão dois clássicos quadrimotores altamente modificados, especializados e equipados. Estas aeronaves realizam uma missão altamente arriscada e que somente eles podem fazer: voar de encontro ao furacão e obter dados exclusivos para os cientistas. Esses são os “Hurricane Hunter”.
Os Hurricane Hunter
Em meados da década de 1970 a NOAA recebeu dois Lockheed WP-3D Orion, uma versão modificada para missões meteorológicas. Estas aeronaves são o N42FR # NOAA42 “Kermit” (c/n 5622 BUNO 159773), recebido em 03 de de junho de 1975 e o N43FR # NOAA43 “Miss Piggy” (c/n 5633 BUNO 159875) recebido em 29 de janeiro de 1976. Ambos receberam nome de batismo dos personagens “Kermit” (Sapo Caco) e “Miss Piggy” (Porca Piggy), do clássico da animação “The Muppet Show”.
Os WP-3D “Hurricane Hunter” são baseados no Aeroporto Internacional de Lakeland Linder (KLAL), Flórida, onde fica o hangar da NOAA. Eles são equipados com os mais modernos equipamentos científicos e meteorológicos embarcados. São as únicas aeronaves americanas equipadas com sensores, radares e sistemas capazes de coletar, tratar e apresentar dados e detalhes de tempestades.
A fuselagem dos WP-3D possui protuberâncias, saliências e alterações para acomodar a grande quantidade de sensores, antenas e radares instalados. Duas modificações evidentes são os radares Doppler instalados na parte inferior da fuselagem (LF – Lower Fuselage) e na cauda (TDR – Tail Doppler Radar). Juntos, eles fazem uma varredura horizontal (LF) e vertical (TDR) das tempestades, e o resultado são mapas extremamente detalhados, que os técnicos comparam (a grosso modo) com uma “ressonância magnética” das formações. Estas imagens permitem que os meteorologistas tenham a possibilidade de estudar as camadas e estruturas internas das nuvens, e emitam previsões mais precisas quanto ao desenvolvimento e deslocamento dos furacões.
Os WP-3D estão equipados com um sistema desenvolvido pela NOAA chamado Stepped Frequency Microwave Radiometer (SFMR), que através de sinais de rádio, calcula a velocidade do vento na superfície do oceano, de acordo com a radiação emitida pela espuma do mar. Estas informações são críticas para as previsões emitidas pelos pesquisadores do National Hurricane Center.
Quando voam diretamente no centro dos furacões, os “Hurricane Hunter” liberam através de um tubo de lançamento na aeronave, sondas com GPS (Dropwindsondes). Elas tem pequenos pára-quedas e quando caem no mar, transmitem dezenas dados para o avião, como pressão, temperatura, umidade, velocidade e direção do vento. Os dados recebidos das sondas são analisados pelos técnicos a bordo, e posteriormente transmitidos para o Centro Nacional de Furacões.
A NOAA possui uma frota de aeronaves e drones, que são utilizadas em diversos tipos de missões. As aeronaves são:
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Originally tweeted by Tropical Nick Underwood (@TheAstroNick) on 26 de August de 2020.
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