Investidor brasileiro desiste de comprar a Avibras. O Governo Federal anunciou que irá fazer mais uma tentativa de salvar a Avibras: a solução aponta para um financiamento público com aporte do BNDES.
Com a desistência da australiana DefendTex no primeiro semestre do ano passado, seguido da saída de um grupo de investidores no final do semestre passado, a crise na Avibras Indústria Aeroespacial parece insolúvel. Isto fez o Governo Federal criar um plano B, que passa por financiamento público.
O ministro da Defesa, José Múcio, e o ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, já estão em conversas com um novo fundo brasileiro interessado em assumir o controle da companhia, que teria a bênção do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Leia-se “benção”, como financiamento via BNDES.
A Avibras é uma das mais importantes empresas de defesa do Brasil, fabricante de ativos como o sistema de lançadores de foguetes Astros 2020 e pelo míssil de cruzeiro MTC-300, ambos cruciais para a modernização das Forças Armadas.
Presente nos mercados nacional e internacional, a Avibras também se destaca no desenvolvimento e na industrialização de diferentes motores foguetes para a Marinha do Brasil e para a Força Aérea Brasileira; sistemas fixos ou móveis de C4ISTAR (Comando, Controle, Comunicação, Computação, Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvo e Reconhecimento) e Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) — designado Falcão.
Esta será a terceira tentativa de salvar a empresa de uma grave crise financeira, que poderá levar a empresa a falência. O último relatório de atividades da empresa aponta para uma dívida de quase R$ 640 milhões. Desse valor, mais de R$ 74 milhões são por salários e rescisões em atraso.
A primeira tentativa salvar a empresa ocorreu no primeiro semestre de 2024, quando a Avibras e a australiana DefendTex mantiveram tratativas, bem avançadas, para viabilizar um potencial investimento em até 49% das ações, visando a recuperação econômico-financeira da Avibras. O objetivo era manter suas unidades fabris no Brasil, retomar as operações o mais breve possível e manter o fornecimento previsto nos contratos com o governo brasileiro e demais clientes. O negócio caiu em junho de 2024 e a empresa colocou mais de 400 funcionários em licença não remunerada.
A segunda começou com um grupo de investimento brasileiro. As negociações haviam começaram em 25 de outubro, mas foi uma rodada infrutífera de tentar salva a empresa. Na ocasião, o grupo investidor assinou um acordo com a Avibras para discutir a aquisição do controle da empresa. Como não houve acordo, a crise financeira da Avibras continuou. Os funcionários, que estão em greve, não recebem salários há 24 meses.
@CAS