Skunk Works apresenta conceito de aeronave reabastecedora não tripulada. Uma representação artística de um conceito da Lockheed Martin/Skunk Works para uma aeronave autônoma e furtiva de Sistema de Reabastecimento em Voo de Próxima Geração (NGAS) está recebendo atenção. Ela foi apresentada na reunião da Associação de Transporte Aéreo e Tanques da USAF (A/TA), realizada na semana passada em Grapevine, no Texas.
A arte mostra uma aeronave não tripulada, furtiva, com formato convencional, fuselagem com design “achatado” e cauda com dois estabilizadores bem separados. O drone possui duas lanças de reabastecimento (boom) – aparentemente no padrão USAF – , mas possivelmente com design furtivos, instalados em pods que ficam posicionados no extremo de cada asa. O escapamento do motor é único (possivelmente indicando uma aeronave monomotora), com a saída posicionada longe dos pontos de reabastecimento.
Nas imagens apresentadas pela Skunk Works na A/TA, o NGAS reabastece dois Lockheed F-35 da USAF. Não são observados ponto REVO central ou algum receptáculo e capacidade para o sistema com mangueira (“probe and drogue”), padrão usado pelas aeronaves da Marinha dos EUA.
Além de não ser tripulada, a aeronave da Lockheed Martin/Skunk Works poderia ser autônoma, o que se encaixa com uma tendência crescente, como visto no projeto do Boeing MQ-25 para a Marinha, além de vários conceitos apresentados por outras empresas. A USAF também busca a redução do número de tripulantes em aviões-tanque, utilizando o REVO autônomo.
“Estas imagens mostram um conceito nocional para uma futura plataforma de reabastecimento em voo opcionalmente tripulada”, disse um porta-voz da Skunk Works. “Nossa equipe vem amadurecendo a próxima geração de mobilidade aérea por meio de investimentos em capacidade de sobrevivência, autonomia, comunicações resilientes e transformação digital que permitirão alcance e persistência necessários para operações de reabastecimento em voo em ambientes contestados.”
O porta-voz ainda observou que o design foi exibido na conferência A/TA de 2023, mas “não atraiu a atenção que está recebendo este ano“. Posteriormente, a Lockheed lançou outros conceitos do NGAS, mas nenhum deles representa exatamente o que a empresa pode enviar para a competição da USAF.
A USAF espera que o NGAS furtivo esteja disponível por volta de 2033-2035. Até lá a USAF conta com o programa Boeing KC-46A, com 179 unidades encomendadas e que será concluído em 2028. Além disso, virá o projeto dos reabstecedores equipados como ponte de comunicação (KC-Y), que poderá envolver até 75 aeronaves.
O conceito para o NGAS é que ele acompanhará caças tripulados e Aeronaves de Combate Colaborativas em espaço aéreo contestado. Ele será muito menor do que os aviões-tanque tradicionais como o KC-46 e o KC-135, para ter discrição comparável com as aeronaves que ele acompanhará e para operar em aeródromos menores. O conceito também exige que o NGAS faça o shuttle entre aviões-tanque maiores e mais antigos, voando fora do alcance de mísseis adversários, e aeronaves de combate dentro da zona de combate. O conceito da Lockheed Martin mostra que a aeronave poderá ser reabastecida.
No entanto, ainda há dúvidas consideráveis se o NGAS será concretizado. O secretário da USAF, Frank Kendall, disse na A/TA que não poderá bancar simultaneamente o NGAS, o futuro caça Next-Generation Air Dominance (NGAD) e a frota de drones autônomos Collaborative Combat Aircraft (CCA). A USAF terá que ser “criativa” com seus recursos para elaborar um esquema de domínio aéreo que funcione, mesclando atuais ativos e sistemas futuros.
Analistas disseram que, mesmo que o orçamento das Forças Armadas dos EUA seja aumentado cinco por cento acima da inflação, sugerido por algumas pessoas próximas ao novo presidente Donald Trump, não será suficiente para lidar com os déficits de modernização de armas convencionais e estratégicas enfrentada pela USAF.
Fonte: AF&M
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