Israel fora da Euronaval? Segundo informações divulgadas este mês, o Governo francês proibiu empresas israelenses de participar da Exposição de Defesa Euronaval, a maior feira de armas navais do mundo, que acontecerá de 4 a 7 de novembro em Paris. A questão política, pelo conflito na faixa de Gaza e no Líbano.
Em junho, empresas israelenses foram barradas e cidadãos israelenses foram impedidos de entrar na exposição de armas Eurosatory.
No caso da Euronaval, um recurso judicial levou à reversão da decisão do Governo Francês. A decisão foi tomada pela corte francesa no dia 15/10, mas poderá ser revertida. Delegações israelenses poderão comparecer ao evento, mas empresas não poderão exibir seus equipamentos militares em estandes.
A Euronaval é uma das maiores feiras comerciais da Europa focada em guerra naval e contará com empresas como BAE Systems, Naval Group, Fincantieri e KNDS. Conforme o site da feira, sete empresas de defesa israelenses foram escalados para mostrar seus produtos, incluindo pesos pesados como Rafael, Elbit Systems e Israel Aerospace Industries.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse dia 16/10 que as ações do presidente da França, Emmanuel Macron, de “vergonha”, após a França vetar a participação de empresas israelenses na Euronaval. “As ações do presidente francês Macron são uma vergonha para a nação francesa e os valores do mundo livre, que ele afirma defender. A decisão de discriminar as indústrias de defesa israelenses na França pela segunda vez ajuda os inimigos de Israel durante a guerra. É um acréscimo à decisão de colocar um embargo de armas ao Estado judeu”, escreveu Gallant no X.
A proibição da Euronaval francesa é a mais recente de uma série de desentendimentos diplomáticos entre o presidente Emmanuel Macron e o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que tem divergido sobre as ações de Israel contra os grupos terroristas Hamas e Hezbolaah, apoiados pelo Irã. Macron fez críticas as ações de Israel, incluindo, um ataque as instalações da UNIFIL (United Nations Interim Force in Lebanon), missão das Nações Unidas no Líbano.
A França convocou o embaixador de Israel para protestar contra as tropas israelenses atirando em posições de manutenção da paz da ONU no sul do Líbano. Os militares israelenses acusaram o Hezbollah de operar em áreas próximas aos postos da UNIFIL.
O primeiro Ministro Benjamin Netanyahu e o presidente francês Emmanuel Macron conversaram no dia15/10, em ao aumento das tensões, os dois líderes após os apelos de Macron para a indústria mundial encerrar as exportações de armas para Israel até um cessar-fogo no Líbano e em Gaza. Netanyahu deixou claro a Macron “que Israel não aceitará nenhum acordo” que o impeça de operar contra o Hezbollah e o Hamas. Macron alertou Netanyahu que um conflito regional “teria consequências devastadoras para a segurança internacional” e reiterou a necessidade de um cessar-fogo.
@CAS