US Navy avança com seu projeto de um caça de 6ª geração enquanto a USAF pausa o NGAD. A Marinha dos EUA (USN) avança para colocar em operação seu primeiro caça de sexta geração, enquanto a USAF dá uma pausa no seu programa, em meio à preocupação que seja muito caro e possa não ser a melhor resposta para ameaças emergentes. A USN deverá conceder um contrato para o desenvolvimento do seu caça naval de próxima geração baseado em porta-aviões, esperando que o jato de ataque de longo alcance entre em serviço na década de 2030.
“Esperamos que a plataforma de sexta geração equipada com sensores avançados, alta letalidade, longo alcance e capacidade de operar ao lado de aeronaves tripuladas e não tripuladas”, disse a Chefe de Operações Navais, Almirante Lisa Franchetti em entrevista no dia 02 de outubro, durante o evento do Defense Writers Group.
Em pouco tempo, a Marinha dos EUA deverá decidir entre as empresas concorrentes pelo contrato do Programa F/A-XX, a Boeing, a Lockheed Martin e a Northrop Grumman. “Temos três empresas que enviaram propostas e estamos selecionando os fornecedores agora”, disse Franchetti.
Enquanto isso, a USAF está reavaliando seu futuro jato de combate, sob o programa Next Generation Air Dominance (NGAD). O Comando da USAF busca por uma opção menos dispendiosa, o que poderia tornar o NGAD mais barato, com o ônus de sacrificar alcance e carga útil, bem como optar por uma aeronave monomotora. O problema do curto alcance dependeria da USAF também colocar em campo seu projeto do Next-Generation Air-refueling System (NGAS), o futuro conceito de avião-tanque furtivo estudado pela Força Aérea.
O F/A-XX da Marinha deverá substituir seus atuais caças multifuncionais F/A-18 Super Hornet e a aeronave de ataque de guerra eletrônica E/A-18 Growler. Ele está planejado para fornecer maior alcance e ter mais capacidades de detecção e guerra eletrônica do que os caças de quinta geração F-35C que atualmente equipam a frota naval dos EUA.
De qualquer forma, a Marinha não está livre de desafios orçamentários. No início deste ano, ocorreu um atraso no investimento de aproximadamente US$ 1 bilhão para o F/A-XX, para se concentrar na prontidão de curto prazo — e o Congresso pode cortar mais orçamento do programa do futuro caça naval. Mas, de acordo com a Almirante Franchetti, um novo caça tripulado é uma prioridade da Marinha, no momento em que a perspectiva de um caça de sexta geração para a USAF parece estar no limbo.
Questionada se a pausa do NGAD da USAF preocupava a Marinha, Franchetti indicou que é importante que ambas forças alinhem seus planos futuros de aeronaves de alguma forma, mas não tanto que a decisão da USAF — seja ela qual for — seja um obstáculo para o programa F/A-XX da USN.
De acordo com os planos mais recentes, o motor do NGAD viria do programa Next Generation Adaptive Propulsion (NGAP), que seria uma aplicação mais compacta de tecnologias desenvolvidas para o Adaptive Engine Transition Program (AETP), que foi rejeitado como uma opção para o F-35 Lightning II há cerca de um ano. É provável que o F/A-XX e o NGAD possam compartilhar a tecnologia do motor.
O caça tripulado NGAD da Força Aérea dos EUA foi concebido como um substituto para o F-22 Raptor. Tanto o NGAD quanto o F/A-XX devem operar em conjunto com plataformas não tripuladas, como a Collaborative Combat Aircraft (CCA).
Acredita-se que o custo de uma aeronave NGAD tripulada esteja entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões, um dos principais motivadores por trás da decisão do Secretário da Força Aérea, Frank Kendall, de pausar o programa para uma análise. Durante a Conferência Aérea, Espacial e Cibernética da AFA realizada no mês passado, o Secretário foi questionado sobre qual preço ele consideraria razoável. Sua resposta foi que ele preferiria pagar não mais do que o valor de um F-35, ou seja, cerca de US$ 80-100 milhões.
A USAF deve tomar uma decisão nos próximos meses sobre o futuro do NGAD para informar o orçamento fiscal 2026. Kendall está confiante de que o NGAD seguirá em frente de alguma forma, dizendo em julho que “ainda faremos uma aeronave tripulada de sexta geração”.
A Almirante Franchetti, por sua vez, questiona: “Acho que de forma mais ampla, à medida que todos os serviços trabalhem juntos para garantir uma capacidade complementar, ‘onde podemos aprender uns com os outros?. Onde podemos alavancar esse aprendizado para que possamos ter maior comunalidade no futuro?”
Fonte: Air & Space Forces Magazine
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