Último Blackburn Beverley restante no mundo será salvo no Reino Unido. O único quadrimotor Blackburn Beverley restante no mundo aguarda a montagem no seu novo lar, o Museu de Aviação Solway, ao lado do Aeroporto Carlisle Lake District, no norte do Reino Unido. Ele é o último restante dos 49 exemplares produzidos na década de 1950 pela empresa britânica Blackburn Aircraft, em Brough, East Yorkshire.
De acordo com o site Beverley Association, a aeronave em questão voou pela primeira vez em 29 de janeiro de 1955, recebendo a matrícula militar da XB259, mas nunca entrou em operação na Royal Air Force (RAF). Ele foi usado pela Blackburn e pelo Royal Aircraft Establishment como plataforma de testes. Seu último voo ocorreu em 30 de março de 1974, quando pousou no Aeroporto Paull Airfield, em Hull.
Em 1983 o Beverley foi adquirido pelo Museu de Transporte do Exército Britânico de Beverley, East Yorkshire, onde ficou exposto por 20 anos, até o fechamento do museu. Em 2003 o XB259 foi comprado pelos proprietários do Fort Paull, localizado na cidade de Paull, perto do Aeroporto onde pousou pela última vez em 1974. Em 2020 o Fort Paull foi fechado e o Beverley XB259 foi disponibilizado como sucata para quem se dispusesse a retirá-lo do local.
Uma corrida contra o tempo foi iniciada, e no final de janeiro de 2024, o Museu da Aviação Solway conseguiu arrecadar £ 60.000 em doações para cobrir os custos de desmontagem, transporte e montagem do quadrimotor em Carlisle, onde será restaurado e exposto permanentemente ao lado das outras 23 aeronaves históricas do museu, incluindo o Avro Vulcan XJ823.
Blackburn Beverley
O projeto do Blackburn Beverley nasceu nos anos 1940 como General Aircraft GAL60, derivado do planador de transporte pesado GAL50 Hamilcar, construído para transportar tanques durante a 2ª Guerra Mundial. Com a absorção da General Aircraft pela Blackburn Aircraft em 1949, o projeto foi designado Beverley.
Durante a construção do primeiro protótipo – ainda designado GAL60 – os técnicos (então chamados de artesãos) da fábrica de Brough duvidavam que aquele monstro desengonçado decolasse. Para calar a boca de todos, em 20 de junho de 1950 o primeiro Beverley (matrícula dupla WF320/G-AMUX), voou pela primeira vez.
Com grandes alterações, o segundo protótipo demonstrou a viabilidade do projeto, e convenceu a Royal Air Force em 1952 a encomendar o primeiro lote de 20 unidades, seguida de uma segunda encomenda de nove aeronaves em 1954. Em 1956 a RAF encomendou mais 18 Beverley, totalizando um pedido de 47 aeronaves e dois protótipos.
O Esquadrão 47, sediado em Beverley – cidade que deu nome à aeronave – foi a primeira unidade de transporte da RAF a operar o “gigante dos ares”, com duas aeronaves recebidas em 1º de março de 1956. A partir de então, todos 47 aviões que deixaram a linha de produção em série da Blackburn, em Brough, foram destinadas para a RAF, que os distribuiu nos Esquadrões 30, 34, 47, 53 e 84 e na Unidade de Conversão Operacional 242. O último voo de um Blackburn Beverley da RAF ocorreu em agosto de 1967.
Tripulação básica: dois pilotos, engenheiro de bordo, rádio-operador, navegador, loadmaster;
Capacidade: 58 passageiros (compartimento de carga principal) e 36 passageiros (no boom da cauda); 40 paraquedistas (compartimento de carga principal) e 30 (boom da cauda); configurado para transporte aeromédico 48 macas (compartimento de carga principal) e 34 feridos (boom da cauda);
Dimensões: comprimento: 30,30 m / envergadura: 49,4 m / altura: 11,81 m;
Pesos: 35.950 kg (vazio) / 61.235 kg (máximo decolagem);
Motores: 4 × Bristol Centaurus 173 (2.850 hp cada)
Desempenho: Velocidade máxima 383 km/h / cruzeiro 278 km/h
Alcance: 2.100 km com 13.000 kg de carga útil / 6.370 km em voo de translado vazio;
Teto de serviço: 16.000 pés (4.900 m)
Distância de decolagem: 408 m (nível do mar)
Distância de pouso: 277 m (nível do mar)
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