KC-46A: mais problemas para a Boeing — O problemático avião-tanque Boeing KC-46A Pegasus tem mais um problema que a Boeing precisa resolver por conta própria, isto é, arcando com os custos, algo que já se tornou rotina.
A informação foi passada pela USAF na terça-feira, 30 de julho. O problema está no motor da bomba de combustível, está danificando os dutos de ar do avião-tanque, disse Kevin Stamey, diretor-executivo do programa para mobilidade e aeronaves de treinamento. Os dutos de ar servem para vários propósitos, incluindo puxar ar do motor para resfriar os subsistemas do avião.
“A Boeing foi rápida em fazer esses reparos na aeronave danificada. Acabamos de testar em voo a solução alternativa para isso e os resultados iniciais do teste de voo parecem muito promissores, e estamos realmente no caminho para rapidamente fazer um downgrade dessa”, disse Stamey.
A correção temporária envolve ligar e desligar a bomba de combustível para que o dano da vibração seja minimizado, disse Stamey. A empresa prova”velmente terá que redesenhar a bomba de combustível para consertá-la permanentemente, disse ele. Isto é bom e ruim. BOm porque resolve rapidamente o problema. Ruim porque é mais um “provisório. Ainda assim, Stamey acredita que o prazo para consertar o problema em definitivo será “relativamente curto” em comparação com outras deficiências de “categoria um” — problemas que podem derrubar uma aeronave, causar perdas e mortes.
Um porta-voz da Boeing disse: “Uma correção de longo prazo está em andamento, e desenvolvemos um plano de mitigação de curto prazo que está sendo revisado pela Força Aérea dos EUA para reduzir o impacto na frota. Esta não é uma preocupação imediata de segurança.”
O programa KC-46 já tinha outras seis deficiências de categoria um. Um dos principais problemas que atormenta o avião-tanque da Boeing é seu Sistema de Visão Remota (RVS), que permite que o operador da lança veja o reabastecimento por meio de um feed de vídeo. A aeronave não tem uma janela para visualização direta, como outros aviões-tanque. Tudo é feito pela cabine, e este RVS está perdendo o foco, criando impressão e riscos.
A Boeing está trabalhando para atualizar o sistema de câmera de reabastecimento por meio de um redesenho, chamado RVS 2.0, mas o esforço foi adiado por dois anos e não deve chegar antes da primavera de 2026. O novo sistema de visão remota tirará da lista duas das sete deficiências de categoria um da aeronave. Outro problema não resolvido é com o “boom rígido” do avião-tanque, que impediu o avião-tanque de reabastecer A-10C, que poderá atuar negativamente também no B-21.
Embora os cronogramas tenham sido adiados tanto para o novo sistema de visão quanto para a lança rígida, protótipos para correções estão sendo testados nos laboratórios com resultados positivos. As outras três deficiências do KC-46A têm a ver com o controle de qualidade da produção, algo que, face às multas do contrato, estão perto de uma solução. Questionado sobre a dificuldade da Boeing com a qualidade da produção, Stamey disse que a empresa tem sido proativa em relação a esses problemas e adicionou inspetores de qualidade às suas linhas de produção.
Os problemas crescentes geraram uma conta alta para a Boeing: perdas no programa KC-46 ultrapassam US$ 7 bilhões. A aeronave já foi escolhida, além da USAF, por Israel (IAF) e o Japão (JASDF). Ao todo serão 189 unidades firmes, sendo 179 para a USAF; 6 para a JASDF e 4 para a IAF, com opção de mais 4.
@CAS