Venezuela tem confrontos e voos suspensos após resultados das eleições. Multidões de venezuelanos saíram às ruas do país ontem (29/07), para protestar contra a suposta fraude na eleição presidencial que elegeu Nicolás Maduro para o seu terceiro mandato (2025-2031). As manifestações iniciaram logo após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamar oficialmente a vitória de Maduro.
O resultado oficial anunciado pelo CNE mostrou Maduro com 51,2% dos votos e o segundo colocado, Edmundo González, com 44,2%. Em entrevista coletiva, a líder da oposição, Marina Corina Machado, apresentou números de um resultado completamente diferente onde González obteve 73% dos votos, muito a frente de Maduro.
A situação revoltou parte da população venezuelana, que saiu às ruas em todo o país para protestar contra a fraude na eleição. Um dos pontos de concentração foram as vias de acesso ao Aeroporto Internacional de Maiquetía, nos arredores da capital Caracas. A principal rodovia e todas as vias secundárias que ligam Caracas ao aeroporto foram fechadas por manifestantes entoando palavras de ordem contra Maduro.
Muitos líderes mundiais também não reconheceram Maduro como vitorioso do pleito. Presidentes de nove nações latino-americanas, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai, exigiram a revisão completa dos resultados eleitorais. Em contrapartida, Maduro ordenou a expulsão da Venezuela dos funcionários das embaixadas e consulados de sete países, além de suspender por tempo indeterminado as ligações aéreas comerciais para o Panamá e República Dominicana.
Por todo o país foram registrados graves confrontos entre a população e as Forças Armadas, Guarda Nacional Bolivariana e milícias do governo. As redes sociais mostraram imagens de inúmeros mortos e feridos. A situação ainda está fora de controle e beira a uma guerra civil, tal qual Maduro afirmou que ocorreria caso ele não vencesse o pleito.
@FFO