De acordo com o Ministério da Rússia, no dia 14 de agosto, um Sukhoi Su-27 Flanker em QRA (Alerta de Reação Rápida) foi acionado, interceptando e escoltando um Breguet Atlântic 2 (ATL2) que se aproximava da fronteira da Federação Russa.
“Um avião de combate Su-27 das forças de alerta de reação rápida de defesa aérea do Distrito Militar do Sul foi designado para identificar o alvo. A tripulação do caça russo consistentemente se aproximou do objeto aéreo a uma distância segura e o identificou como uma aeronave italiana de patrulha marítima do Breguet Atlantic 2. Depois que o avião se afastou da fronteira da Federação Rússia, o caça voltou com segurança a sua base de origem”, confirmou a nota do MD russo. Até aí nada demais, pois o número de QRA reais têm sido corriqueiro em 2020, lembrando o auge da Guerra Fria.
Porém, um detalhe chama a atenção na nota. A nacionalidade de ATL2. A Força Aérea (AMI – Aeronautica Militare Italiana) e não a Marinha Italiana operou 18 Breguet P-1150 Atlantic 2, tendo desativado eles em 21 de setembro de 2017, após mais de 260 mil horas de voo em 45 anos de serviço. Eles voaram no 41º Stormo (Sigonella) e no 30º Stormo (Caligari Elmas)! As aeronaves eram operadas por tripulações mistas da AMI e da Marinha.
O piloto russo do Su-27, provavelmente, confundiu o ATL2 da Marine Nationale (Marinha Francesa) com o ATL2 da AMI, que tem cocares muito similares. A França ainda opera um lote de ATL2, que deverão permanecer em ação até 2030, junto a duas unidades, as Flottille 21F e 23F, ambas sediadas em Lorient/Lann-Bihoué (LFRH).
Um dos quais esteve na região para “participar” das comemorações do Dia da Marinha Romena no Mar Negro em 15 de agosto de 2020, provavelmente o mesmo que foi escoltado pelo piloto russo que precisa estudar mais o corares da OTAN.
@CAS