Falha de comunicação foi o principal fator para a colisão em voo entre dois SH-60K japoneses em abril. Deficiência nas instruções dos controladores de voo foi o principal fator que levou a colisão em voo entre dois helicópteros SH-60K da Força Marítima de Autodefesa do Japão (JMSDF) no mês de abril, causando a morte de todos os oito militares a bordo. A informação foi publicada em um relatório oficial divulgado nesta semana.
Na noite de 20/04, os dois helicópteros de reconhecimento SH-60K, com quatro tripulantes cada, colidiram em voo durante um exercício noturno de Guerra Antissubmarino (ASW) realizado perto da Ilha de Torishima, na Península de Izu, cerca de 600 quilômetros ao sul de Tóquio. No momento do acidente, as duas aeronaves voavam em direção ao mesmo alvo simulado para detectar um submarino.
Pouco antes da colisão, os dois helicópteros voavam em locais diferentes, mas foram direcionados para o mesmo alvo, com base em um cenário de um submarino inimigo sendo detectado, de acordo com o relatório de investigação do Maritime Staff Office (MSO). Eles estavam recebendo as instruções de dois controladores de voo diferentes, ambos a bordo de um navio que coordenava a missão.
O relatório indicou que a falta de manobras evasivas dos helicópteros momentos antes da colisão, indica que os pilotos “erraram na percepção da distância entre eles”. Uma aeronave bateu de frente contra a lateral esquerda da outra, que estava curvando no sentido horário, disse o relatório.
O documento, o qual a Associated Press teve acesso, observou que os pilotos não conseguiram manter uma separação adequada entre as aeronaves, e que os controladores falharam ao não fornecer de maneira clara as instruções apropriadas para cada helicóptero como, por exemplo, voarem em altitudes diferentes.
No relatório, a MSO disse que é necessário garantir que os pilotos tenham treinamento adequado para manter a vigilância em voo, que a JMSDF equipe as suas aeronaves com equipamentos de prevenção de colisão como um sistema de alerta de proximidade, além de exigir que os controladores de voo tenha reforço nos treinamentos de comunicação nesses tipos de operações noturnas.
“Levamos a sério os resultados da investigação do acidente que tirou a vida de oito pessoas e fazemos tudo o que podemos para tomar medidas preventivas, com a determinação de não ter mais vítimas”, disse o Ministro da Defesa, Minoru Kihara, em uma entrevista coletiva.
O ministro disse ainda que o treinamento de voos com SH-60K envolvendo múltiplas aeronaves seria retomado nesta semana. Este tipo de voo estava cancelado desde o acidente de abril.
O acidente ocorre em um momento que o Japão está acelerando a sua estratégia de segurança, fortalecendo as operações militares, principalmente nas ilhas da região sudoeste, com o objetivo de conter a atividade militar chinesa cada vez mais assertiva.
Os helicópteros SH-60K ASW envolvidos no acidente pertenciam à 24 Kokutai da Base Aérea de Komatsushima, na província de Tokushima e a 22 Kokutai da Base Aérea de Omura, província de Nagasaki. Recentemente a JMSDF anunciou a substituição dos SH-60K por modernos e mais equipados SH-60L.
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