Houthis capturaram um drone MQ-9 dos EUA no Iêmen. Os Estados Unidos perderam mais um drone MQ-9 Reaper no Iêmen, o segundo apenas neste mês. Imagens divulgadas nas redes sociais nesta quarta-feira (29/05), mostram guerrilheiros Houthis sobre a aeronave nas areias do deserto da província do Marib, no Iêmen.
No dia 17 de maio, os Houthis destruíram um MQ-9 com mísseis RPG, ao contrário deste caso mais recente, no qual o drone ficou praticamente intacto. Especialistas sugerem que ele possa ter sido neutralizado com o uso de jamming (interferência) do sinal de GPS.
Chama a atenção que a aeronave supostamente capturada pelos Houthis não tinha nenhuma marca externa visível. Um militar dos EUA ouvido sob anonimato pela agência AP, afirmou que “a USAF não perdeu nenhuma aeronave na área de responsabilidade do Comando Militar Central dos EUA”.
As autoridades iemenitas da província do Marib, aliados do governo exilado do Iêmen, não reconheceram as imagens do drone. Da mesma forma, o Comando Rebelde Houthi, sempre orgulhoso das suas ações contra os EUA, também não assumiu a autoria.
Desde que a guerra civil do Iémen começou em 2014, quando os Houthis tomaram a maior parte do norte do país e a sua capital, os EUA perderam pelo menos cinco drones. Custando cerca de US$ 30 milhões por unidade, o MQ-9 Reaper pode voar em altitudes de até 50.000 pés por até 24 horas sem reabastecer, e são usados em missões de inteligência e vigilância, além de ataques de precisão utilizando mísseis Hellfire e bombas guiadas a laser.
Localizada a 120 quilômetros a leste da capital Sanaa, a região do Marib fica na região desértica da Península Arábica, no sopé das Montanhas Sarawat, ao longo do Mar Vermelho. Com uma posição geográfica estratégica, a província é uma área em disputa entre os aliados do governo e os Houthis, por isso é comum a operação de drones dos EUA.
Nos últimos meses, os Houthis intensificaram os ataques aos navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, exigindo que Israel ponha fim à guerra em Gaza. Mais de 50 ataques a navios foram realizados pelos rebeldes, o que fez diminuir consideravelmente o tráfego marítimo na região.
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