“China cresce em velocidade estonteante no espaço”, diz General da USSPACECOM. O Chefe do Comando da Força Espacial dos EUA (USSPACECOM), General Stephen N. Whiting, esteve em recente visita ao Japão e à Coreia do Sul, onde alertou sobre o “avanço em velocidade estonteante” da China no setor militar espacial. Esta constatação do Oficial-General ocorre em meio a crescente mudança no poder militar implementada por Pequim.
Foi a primeira viagem ao exterior do General Whiting, desde janeiro deste ano, quando assumiu o comando do USSPACECOM. A sua chegada à região Indo-Pacífico ocorreu poucos dias depois do Exército de Libertação Popular da China (PLA) ter anunciado a dissolução da sua Força de Apoio Estratégico.
Agora o PLA está estruturado em quatro Forças principais, Exército, Marinha, Força Aérea e Força de Foguetes, e quatro braços, Força Aeroespacial, Força Ciberespacial, Força de Apoio à Informação e Forças Conjuntas de Apoio Logístico. Essas mudanças visam dar maior importância na guerra espacial, de informação e de operações cibernéticas no PLA.
A Força Aeroespacial, em particular, é “de grande importância para fortalecer a capacidade de entrar, sair e usar abertamente o espaço com segurança, melhorando a gestão de crises e a eficácia da governação abrangente no espaço e promovendo a utilização pacífica do espaço”, informou a mídia estatal de Pequim.
Em sua análise sobre as alterações organizacionais, Brendan S. Mulvaney, diretor do China Aerospace Studies Institute da USAF, diz que “o PLA adere a uma ordem protocolar bastante rigorosa nos anúncios formais, pelo que parece que a Força Aeroespacial (ASF), que comanda as forças espaciais, é agora a força superior. A ASF anteriormente era o Departamento Aeroespacial da Força de Apoio Estratégico.”
De forma mais ampla, a visita do General Whiting na região tem como objetivo secundário alertar que a China está desenvolvendo armas espaciais para ameaçar as capacidades dos EUA no espaço e utilizar essa tecnologia para melhorar as suas demais Forças, como o Exército e a Força Aérea.
“Nos últimos seis anos, triplicaram o número de satélites de inteligência, vigilância e reconhecimento em órbita e usaram as suas capacidades espaciais para melhorar a letalidade, a precisão e o alcance das suas forças terrestres”, disse Whiting. “Isso obviamente é motivo de preocupação e algo que estamos observando muito, muito de perto.”
As atividades chinesas na Lua também estão no radar do Comando da USSPACECOM. “Isso parece ser exploratório e científico na superfície, mas os chineses não são muito transparentes com o que fazem no espaço. Esperamos que não haja um componente militar nisso. Queremos ter certeza de que quaisquer atividades que aconteçam na Lua sejam de fato para fins científicos e que ninguém vá à Lua para fins militares”, disse Whiting.
Estreitamento dos laços EUA-Japão são importantes para monitorar o comportamento chinês no espaço, afirmou o General Whiting, que demonstrou satisfação com a capacidade de radar de espaço profundo que o Japão tem trabalhado por muitos anos. “Quando atingir a capacidade operacional inicial, esperamos que isso proporcione a ambos os países uma melhor compreensão do que a China está a fazer no espaço”, disse o Militar do USSPACECOM.
Embora o poder espacial da China seja uma grande preocupação, a Coreia do Norte e seus projetos também chamam a atenção, por isso Whiting esteve em Seul para reuniões com líderes sul-coreanos sobre esse assunto. A Coreia do Norte lançou o seu primeiro satélite espião em dezembro e está trabalhando no segundo, embora haja dúvidas quanto às capacidades da que está atualmente em órbita.
“Tivemos uma boa conversa com o Almirante Kim, Presidente do Estado-Maior Conjunto da República da Coreia, sobre como podemos melhorar. Também tive a oportunidade de conversar com o Comandante do Esquadrão de Operações Espaciais da Força Aérea Coreana sobre como poderíamos compartilhar informações de conscientização neste domínio”, afirmou o Gen Whiting.
Desde o final do ano passado, Washington, Seul e Tóquio têm compartilhado dados de alerta de lançamentos de mísseis, como parte do seu acordo para melhor monitorar as ações de Pyongyang.
O Pentágono tem trabalhado para expandir as suas parcerias no espaço com ambas as nações. A USSPACECOM espera estabelecer um componente no Japão este ano, como realizou em dezembro de 2022 na Base Aérea de Osan, na Coreia do Sul, onde trabalha ao lado do Esquadrão de Operação Espacial da ROKAF no compartilhamento de dados e combate as ameaças no região, o que inclui o bloqueio do GPS de Pyongyang.
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