A Ucrânia não quer, mas outro país pode querer o A-10C Warthog. Então quem seria? Especulações dão conta que a Polônia ou a Romênia de olho nos Warthogs da USAF, que vira e mexe insiste na desativação desta aeronave ímpar e que não tem substituto no inventário americano.
Apesar de haver realmente pedidos anteriores da Ucrânia por mais aeronaves de ataque, e desta cogitar o A-10, o Pentágono disse que o país não está interessado nos A-10C Warthog da USAF. “A Ucrânia não manifestou muito interesse. Acho que eles, com razão, estão preocupados com sua capacidade de sobrevivência”, disse o secretário da Força Aérea, Frank Kendall, durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados da Câmara na quarta-feira.
Após anos de resistência do Congresso, a USAF se viu obrigada a “se livrar” dos A-10. Em 2023 foi autorizada a descomissionar 21 aeronaves. A explicação é que as aeronaves, com quase meio século de vida, seriam demasiadamente vulneráveis para sobreviverem nos conflitos modernos. O plano agora é em até cinco ou seis anos ficais (FY), desativar os demais 250 A-10C que continuam no inventário.
Mas os legisladores sugeriram que estas aeronaves poderiam ser enviadas para a Ucrânia, e algumas autoridades ucranianas sinalizaram que os A-10 poderiam ser úteis. O que gerou uma troca de informações desencontradas. Kendall disse não ter conhecimento de nenhum “interesse ativo”. “Pelo menos um país manifestou algum interesse, mas o problema é que, quando a aeronave sair do inventário dos EUA, não haverá nenhum base de apoio para ela. Portanto, qualquer país que o adote e tente sustentá-lo terá muitas dificuldades. É também uma aeronave muito antiga, com cerca de 45 anos. Peças de reposição são muito difíceis de encontrar”, disse ele.
O secretário não informou qual ou quais países tem interesse nos Warthogs. Especula-se que Romênia e Polônia e outra nação do leste europeu teria vontade de ter as aeronaves. Em uma condição de 50% operacional e 50% para peças. Isto é, adquirir, por exemplo, 50 e operar apenas 25. O fato é que os A-10C ainda são muito úteis e a US Navy já reclamou de sua saída, pois o USMC não viu até hoje uma aeronave melhor para o Close Air Support (CAS) de suas tropas.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, tem havido muita discussão sobre o potencial uso de A-10 pela Ukrainian Air Force (UAF). Alguns argumentam que o jato duplo seria um alvo fácil para os SAM russos. Mas Luke Coffey, pesquisador sênior do Instituto Hudson, diz que o avião poderia ser eficaz se a Ucrânia tivesse o complemento de sistemas e os F-16. “Não concordo com esta ideia de que não seriam eficazes no campo de batalha na Ucrânia, porque este avião foi literalmente concebido para destruir blindados soviéticos e blindados russos”.
A Ucrânia aguarda desesperadamente os prometidos caças F-16 para combater a força aérea russa. E este é o ponto. Se os EUA querem enviar um caça, que fosse mais um generoso lote de F-16, vindos dos estoques da USAF. O financiamento para fornecer à Ucrânia a ajuda tão necessária, incluindo mais munições, sistemas de defesa aérea e artilharia, está paralisado no Congresso há meses, mas o presidente da Câmara, Mike Johnson, sinalizou hoje que finalmente haverá uma votação.
@CAS