O Ministério da Defesa do Peru aprovou recentemente a venda dos três helicópteros de transporte pesado Mi-26 Halo do Ejército del Peru (EP).
O Governo do Peru adquiriu em 1995, três Mi-26T Halo C para a Aviação do Exército, pelo valor aproximado de US$ 10 milhões. Fabricados em 1992, os três helicópteros pertenciam a companhia aérea russa Aeroflot, onde voavam com as matrículas civis RA-06264 (c/n 34001212490), RA-06263 (c/n 34001212489) e RA-06265 (c/n 34001212492), e no Ejército del Peru receberam as matrículas militares EP-705, EP-706 e EP-707, respectivamente.
Incorporados ao Batallón de Asalto y Transporte 811 (BAT811), da 1 Brigada de Aviacion del Ejército, baseados no Aeroporto de Lima-Callao, eles realizaram missões operacionais, humanitárias, transporte de cargas pesadas, passageiros, além do apoio à mineração e exploração de petróleo. Em julho de 2000 o EP-705 foi contratado pela ONU, para atuar por um ano na Missão de Paz em Timor Leste (UNTAET –United Nations Transitional Administration in East Timor), onde recebeu as marcas das Nações Unidas e matrícula UN-059.
O trio-pesado peruano teve vida operacional curta no país, com o EP-707 saindo de serviço em 1997 e estacionado no Fuerte Militar “Soldado Vargas Guerra”, em Iquitos, onde permanece até hoje. O EP-705 parou em 2001 e o EP-706 em 2003, e encontram-se armazenados desde então na Base de Aviação do Exército, ao lado do Aeroporto Internacional Jorge Chávez, em Lima.
A Resolução Ministerial nº 431-2020-DE que decidou sobre a venda dos Mi-26Ts, está baseada em relatórios técnicos do Batallón de Asalto y Transporte 811, do Centro de Mantenimiento Aeronáutico del Ejército (CEMAE), e da Junta de Bajas y Enajenaciones de la Aviación del Ejército. As avaliações ocorreram entre maio e outubro de 2018, e apontam que devido ao longo tempo de inoperância e as diversas revisões vencidas, o reparo seria extremamente oneroso para os cofres públicos. Um dos relatórios detalha que:
“Os MI-26T, EP-705, EP-706 e EP-707, parados há 12, 17 e 21 anos, respectivamente, estão com seus calendários de manutenção vencidos e componentes importantes como os motores Lotarev D-136, APU TA-8V e caixa de transmissão, estão em condições irreparáveis”. Além disso, foi indicado que “os componentes dos sistemas hidráulico, elétrico, de comunicações e navegação estão inutilizados e deteriorados interna e externamente, por conta de fatores climáticos”.
O Comando Geral do Exército Peruano aceitou as análises técnicas e considerou o dia 31 de dezembro de 2018, a data oficial do descomissionamento das aeronaves. Desta forma, o Ministério da Defesa do Peru autorizou, em 08 de agosto de 2020, o leilão do que resta dos helicópteros Mi-26 como peças de reposição, com exceção dos motores, APU e transmissões do rotor, que não são mais recuperáveis e deverão ser oferecidos como sucata.
@FFO