USAF testa míssil hipersônico no Pacífico. Poucos dias após a USAF publicar imagens de um bombardeiro B-52H em Guam, equipado com um míssil hipersônico AGM-183A ARRW, surgiu um comunicado para a comunidade aeronáutica (NOTAM) alertando para testes com armas reais na região do Pacífico Central. O período do aviso se estende até o próximo dia 10 de março.
O NOTAM foi emitido para aeronaves que transitam na região indica as coordenadas de uma área de testes ao norte e leste do Atol de Kwajalein. A distância estimada do voo de testes é de pouco mais de 2.100 milhas náuticas (3.880 km).
Navios e aeronaves de monitoramento e rastreamento estão na área de testes, sugerindo que o Pentágono planeja usar o evento não apenas para validar o desempenho do ARRW, mas para caracterizar o comportamento de um míssil hipersônico e coleta de dados.
Aeronaves Gulfstream especialmente modificadas pela Agência de Defesa contra Mísseis que realizam missões do Observatório de Alta Altitude (HALO) têm operado em Guam e no Havaí nos últimos dias, de acordo com dados dos sites de monitoração online de voos.
Uma fonte do Pentágono disse que primeiro lançamento do ARRW fora da região costeira de testes da Califórnia está aproveitando os equipamentos de vigilância de mísseis que estaria em missão de detecção de atividades na China e na Coreia do Norte. Questionado se o teste nesta região era uma mensagem à Pequim sobre a capacidade hipersônica dos EUA, a fonte disse que “eles podem interpretar isto da maneira que quiserem…”
O programa ARRW chegou a ser colocado em cheque, após alguns testes mal sucedidos. Em março do ano passado, o Chefe do Programa ARRW da USAF, Andrew Hunter, afirmou ao Comitê de Armas do Congresso que esperava apenas mais mais um teste com o míssil da Lockheed Martin para que o programa de desenvolvimento da arma hipersônica fosse concluído ainda em 2024.
Juntamente com as imagens divulgadas na semana passada do B-52H com o ARRW em Guam, a USAF disse que estavam sendo conduzindo treinamentos de familiarização para aviadores e técnicos relativo ao sistema hipersônico. Algo semelhante foi realizado antes de um teste com o ARRW no ano passado, na Base Aérea de Edwards, na Califórnia.
O míssil ARRW atinge velocidade hipersônica através de um booster, que após a separação se mantém até o alvo, realizando manobras de correção de curso, para evitar a defesa inimiga durante seu voo. Caso o teste for bem-sucedido, a USAF terá a capacidade de implantar um B-52 armado com o ARRW em locais avançados.
@FFO