Presidente colombiano suspende importações de equipamentos militares de Israel. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou na quinta-feira (29/02), a suspensão de todas as importações de armas de Israel. O motivo é um protesto contra o suposto ataque, que Petro diz ter sido feito por Israel, que matou mais de 100 palestinos na Faixa de Gaza. Autoridades israelenses negam essa afirmação.
Petro fez o anúncio sobre a sua decisão através da sua conta no X (antigo Twitter). “Pedindo comida, mais de 100 palestinos foram mortos pelo [primeiro-ministro israelense Benjamin] Netanyahu. Isso é chamado de genocídio e lembra o Holocausto, mesmo que as potências mundiais não gostem de reconhecê-lo. O mundo deve bloquear Netanyahu. A Colômbia suspende todas as compras de armas de Israel” , escreveu o presidente esquerdista colombiano.
De acordo com o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, pelo menos 112 pessoas morreram e 760 ficaram feridos enquanto aguardavam a chegada de um comboio de 32 caminhões de Israel com ajuda humanitária no sudeste da cidade. Os líderes do Hamas afirmam que o ataque foi “premeditado e intencional” no contexto de um “genocídio para a limpeza étnica do povo da Faixa de Gaza”.
No entanto, as Forças de Defesa de Israel (FDI) negaram a acusação dos terroristas e disseram que a maioria das mortes aconteceu em uma debandada causada por uma multidão faminta que, segundo informações, saqueou e cercou os caminhões de ajuda, fazendo-os recuar.
“Quando o comboio – que saiu do sul de Gaza – chegou ao norte, milhares de pessoas correram em direção aos caminhões, causando uma debandada na qual dezenas de moradores de Gaza ficaram feridos e mortos, alguns deles atropelados por caminhões”, disse o Comando do FDI em comunicado.
Em outubro do ano passado, em meio à escalada da tensão diplomática entre os dois países por conta da posição controversa de Petro em apoio à Palestina, Israel já havia anunciado a suspensão das exportações do setor de segurança para a Colômbia.
Importações da Colômbia em equipamentos de defesa israelenses
Nos últimos anos, o governo colombiano importou de Israel lotes de pistolas semiautomáticas Jericho, fuzis X95, fuzis Galil (produzidos sob licença na Colômbia), mísseis antitanque Nimrod e Spike, veículos leves M-462 Abir da Automotive Industries, canhões autopropelidos Atmos, drones da família Hermes, entre outros.
Além disso, as aeronaves militares da Força Aérea Colombiana (FAC) estão equipadas com uma grande quantidade de equipamentos de guerra eletrônica e sistemas de autoproteção, de origem israelense. Em 2023, a FAC e a empresa israelense Elbit Systems fecharam um acordo para integrar sistemas de guerra eletrônica nos Boeing 737 colombianos.
Sem dúvidas, um dos principais programas militares mantidos entre os dois países é o suporte e a manutenção da frota de 28 caças IAI Kfir da Força Aérea Colombiana. Essas envelhecidas aeronaves foram compradas em lotes distintos entre 1989 e 2010, e desde então compõem a primeira linha de defesa do espaço aéreo colombiano.
Próximo do limite da sua vida útil operacional e sem um substituto em vista, em 2022 o Comando da FAC assinou um contrato com o governo de Israel para a manutenção da frota dos caças Kfir, no qual o documento define o fornecimento contínuo de peças de reposição para os seus sistemas. Desta forma, uma suspensão do contrato afetará seriamente a disponibilidade das aeronaves e, como consequência, a defesa do espaço aéreo do País.
@FFO