Luz no fim do túnel para os Super Etendard da Armada Argentina. O Comando de Aviação Naval (COAN) da Armada Argentina e o Instituto de Investigações Científicas e Técnicas para a Defesa (CITEDEF), estão avançando com o projeto do banco de provas para cartuchos detonadores dos assentos ejetáveis Martin Baker que equipam os jatos de ataque Super Etendard Modernisé.
O CITEDEF e a Armada Argentina fecharam um acordo em abril do ano passado para o desenvolver o banco de testes com o objetivo de prolongar a vida útil desses componentes dos jatos navais Super Etendard Modernisé (SEM), entre outras aeronaves. Além dos Estados Unidos, apenas a Argentina terá este tipo de ferramenta no continente.
O banco de provas poderá avaliar o desempenho de cartuchos novos e determinar a vida útil de dispositivos e realizar estudos para a produção local de componentes explosivos e propelentes para os cartuchos de assentos ejetáveis.
De acordo com Pucará Defensa, no final de 2023 o CITEDEF divulgou os resultados positivos para as análises materiais e funcionais dos cartuchos dos SEM. Com isso, a Marinha conseguirá prolongar a vida útil desses dispositivos por dois anos, mesmo período padronizado pela Marinha dos EUA, USAF, Índia e outros países.
O artigo ainda informa que as aeronaves A-4AR Fightinghawk da Força Aérea Argentina (FAA) estão passando pela 5ª certificação de extensão de vida de dois anos para os cartuchos dos seus assentos ejetáveis. Os SEM do COAN estão apenas com a primeira certificação deste tipo.
Em 2018 o governo argentino adquiriu um lote de cinco Dassault Super Étendard Modernize aposentados pela França, com objetivo de reativar a 2ª Escuadrilla Aeronaval de Caza e Ataque, da 3ª Escuadra Aeronaval (EA32). Em maio de 2019, os jatos chegaram por via marítima ao Porto de Buenos Aires e foram levados para a Base Aeronaval Comandante Espora (BACE), Villa Espora, província de Buenos Aires, onde estão armazenados.
As aeronaves chegaram com os cartuchos detonadores dos assentos ejetáveis vencidos. Apesar do avião ser fabricado pela francesa Dassault, esses componentes são produzidos pela britânica Martin Baker, que caem no bloqueio imposto pelo Reino Unido para a venda de equipamentos militares para a Argentina desde o conflito das Malvinas/Falklands em 1982.
Com a certificação realizada localmente, surge uma “luz no fim do túnel” para os cinco jatos navais. Neste novo cenário, a colocação em serviço de aeronaves SEM dependeria exclusivamente da capacidade local, sem esquecer as possíveis alternativas que contemplam mesmo uma mudança de assento para um modelo não britânico num futuro próximo.
@FFO