Relatório considera CMV-22B Osprey inadequados para missões em porta-aviões. A Diretoria de Testes e Avaliações Operacionais (DOT&E) do Departamento de Defesa dos EUA (DoD), publicou um relatório no qual considera os titlrotores CMV-22B Osprey não confiáveis para realizar a função de reabastecimento dos porta-aviões da Marinha dos EUA. O relatório surge no momento em que todas as variantes do Osprey nas forças armadas dos EUA estão fora de operação após um acidente fatal em novembro de 2023.
No Relatório Anual do ano fiscal de 2023 assinado por Raymond O’Toole Jr., Diretor Interino da DOT&E, os CMV-22B Osprey são considerados “operacionalmente inadequados” para realizar a missão de reabastecimento dos porta-aviões, conhecida pela sigla COD (Carrier Onboard Delivery). O motivo são as constantes “falhas de muitos subsistemas” das aeronaves, como a proteção contra gelo, responsável por 44% das falhas operacionais.
Entre os problemas, estão falhas na pressurização da cabine que forçam os pilotos dos Ospreys a voar em altitudes mais baixas e sob condições meteorológicas muitas vezes adversas, a menos que os seus ocupantes utilizem máscaras de oxigênio individuais.
O DOT&E também afirma que o tempo de manutenção exigido pelos CMV-22 por hora de voo (MH/FH) não atendem aos requisitos do programa. Apenas 45% das horas de manutenção registradas estavam relacionadas com manutenções programadas, e mais de metade do tempo de reparos aparentemente resultante de problemas inesperados.
A frota de V-22 Osprey das Forças Armadas dos EUA está fora de serviço desde 29 de novembro de 2023, quando um CV-22B da USAF sofreu um acidente fatal na costa do Japão. Desde então, o DoD suspendeu todas as operações do Osprey para investigações. Mesmo antes deste acidente, os CMV-22B da US Navy estavam apresentando sérios problemas que limitavam as suas capacidades para executar as missões.
A variante CMV-22B da Marinha foi significativamente modificada em relação à configuração básica do MV-22 dos Fuzileiros Navais, com maior capacidade de combustível para ampliar o alcance, Datalink-16, sistemas de comunicação por satélite, iluminação interna aprimorada para auxiliar no carregamento, entre outras. Com os CMV-22B a US Navy pretende substituir os antigos turboélices Northrop Grumman C-2A Greyhound nas missões COD.
As incertezas quanto ao retorno dos Osprey forçaram a Marinha a repensar o seu planejamento para as missões COD. O plano era aposentar os quinze C-2A Greyhound COD restantes nos próximos dois anos, substituindo por 38 novos CMV-22B. Com isso, estavam suspensos o treinamento de novos pilotos para C-2 e foi iniciada uma redução no estoque de peças sobressalentes e apoio logístico para os envelhecidos Greyhounds. Agora tudo isto está sob avaliação.
O problema sem solução com os CMV-22B forçou o Comando da Marinha dos EUA a acionar os C-2 Greyhounds do Esquadrão de Apoio Logístico da Frota 40 (VRC 40) “Rawhides”, sediados na da Costa Leste, para realizar missões COD para os porta-aviões da Costa Oeste, o USS Carl Vinson (CVN-70) e o USS Theodore Roosevelt (CVN-71).
Apesar de tudo, o Osprey é visto como o vetor COD oficial da US Navy. Uma das suas capacidades cruciais é a possibilidade de transportar cargas volumosas para os porta-aviões, como os motores F135 dos caças navais F-35C Lightning II, uma missão que os antigos C-2 Greyhounds não conseguem realizar.
Em 2022, o então Chefe do Comando da Aviação da Marinha, o Vice-Almirante Kenneth Whitesell, afirmou que as capacidades operacionais e de transporte dos CMV-22B, ele provou que é “um divisor de águas” para as operações logísticas da Marinha.
O programa Osprey da Marinha atingiu a Capacidade Operacional Inicial (COI) em 2021, e a Capacidade Operacional Total (FOC) está prevista para ser alcançada para este ano. O Comando da Aviação Naval da US Navy planeja adquirir 44 tiltrotores CMV-22B.
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