“Esquadrão Tucano” da Marinha do Brasil completa 30 anos de criação. O 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral do Noroeste (EsqdHU-91) da Marinha do Brasil (MB) completou 30 anos no dia 31 de janeiro de 2024. Conhecido como “Esquadrão Tucano”, a unidade foi ativada em 1994, mas a presença da Aviação Naval na Amazônia Ocidental começou bem antes, com a criação de um destacamento aéreo em 1979, totalizando mais de 51 mil horas de voo na região.
O Comandante do EsqdHU-91, Capitão de Fragata Bruno Heluy Martins, afirma que o Esquadrão amplia o raio de ação das Forças Navais que atuam na Amazônia Ocidental, contribuindo inclusive para o combate a crimes transfronteiriços, ambientais e ao tráfico de drogas, em cooperação com as forças de Segurança Pública.
“O “Esquadrão Tucano” conduz um minucioso trabalho de reconhecimento aéreo durante as atividades operativas, ampliando o alcance das tropas que se movem por meio de embarcações. Essas ações já resultaram na apreensão de entorpecentes, bem como na localização de dragas utilizadas para a extração ilegal de ouro em áreas como igapós (vegetação submersa), afluentes e reservas ambientais, ou seja, locais de difícil acesso para os Navios-Patrulha Fluviais empregados nas operações”, explica.
Em 2023, o Esquadrão participou das Operações Ágata (Comando Conjunto Uiara), coordenadas pelo Ministério da Defesa, reforçando a presença da MB na linha fronteiriça e confrontando as atividades de organizações criminosas. As ações desempenhadas pelas aeronaves contemplaram o patrulhamento e o transporte de pessoal e material.
O Esquadrão também participou, no ano passado, da Operação BraColPer, que teve o intuito de reforçar a interoperabilidade entre as Marinhas do Brasil, Colômbia e Peru, na região da tríplice fonteira entre esses países; apoiou Ações de Assistência Hospitalar e atuou no combate a incêndio florestal no município de Iranduba (AM). Foram realizadas, ainda, ações de Busca e Salvamento e Evacuações Aeromédicas.
Além disso, as aeronaves foram utilizadas em apoio ao Comando Operacional Conjunto Amanaci, em ações de proteção e defesa civil nas regiões em situação de emergência, causada pela grave estiagem que atingiu toda a região amazônica, no segundo semestre do ano passado. Em 2023, o “Esquadrão Tucano” realizou, ao todo, 842 horas de voo.
Resgate em áreas remotas
Um exemplo da atuação do Esquadrão em prol da população amazonense foi o resgate de um casal que passou quase uma semana à deriva no Rio Negro, nas proximidades do município de Iranduba (AM), em abril de 2023. A ação foi realizada em conjunto com a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental.
“Os dois haviam saído do município de Novo Airão, localizado a 200 km de Manaus, para uma pescaria, quando o marido sofreu um infarto, deixando a esposa sem saber como retornar. Na ocasião, a tripulação do helicóptero conseguiu localizar o barco dos pescadores, prestando os primeiros socorros à mulher, após constatar o óbito do marido no local”, lembra o Comandante Heluy.
O Esquadrão também realizou ações coordenadas com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) em Manaus, com a extração de pacientes por meio de Evacuação Aeromédica, nas comunidades isoladas pela seca dos rios, onde não seria possível o acesso dos socorristas por via navegável ou por terra. Na ocasião, foi possível salvar cinco vidas que estavam em perigo.
Combate a incêndios florestais
Em outubro do ano passado, o “Esquadrão Tucano” realizou uma atividade inédita. As aeronaves HU-12 “Esquilo” foram empregadas no combate a incêndios florestais que se multiplicavam na Região Metropolitana de Manaus. A cooperação foi solicitada pelas Forças de Segurança do Estado do Amazonas.
“O combate realizado se estendeu por onze dias e foi conduzido com o uso do equipamento denominado ‘Bambi Bucket’, um balde suspenso por um cabo que visa fornecer água para apagar as chamas. Durante a operação, foram realizadas 227 incursões aos focos de incêndio”, detalha o Comandante do Esquadrão.
O “Bambi Bucket” permitiu que as aeronaves despejassem quase 70 mil litros de água, o que equivale a 14 caminhões-pipa, lançados diretamente sobre os focos de incêndio, em locais onde seria impraticável a chegada de brigadistas e viaturas de grande porte.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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