USAF celebra 50 anos do “voo zero” do F-16 com pinturas especiais. Para marcar os 50 anos do primeiro voo do Lockheed Martin F-16 Figtning Falcon, celebrado no último dia 20 de janeiro de 2024, dois caças da Base Aérea da USAF em Edwards, na Califórnia, receberam pinturas especiais.
Dois F-16CM do 416º Esquadrão de Testes em Voo (416th FLTS), subordinado à 412ª Ala de Testes (412th TW) de Edwards (código de cauda “ED”), foram escolhidos para receber as pinturas especiais nas suas caudas.
A aeronave, matrícula 91-0383 (código #91-383), foi adornada com o histórico emblema do “esqueleto arqueiro” pertencente ao 416º Esquadrão de Bombardeiros que combateu na Segunda Guerra Mundial, e que décadas depois seria convertido no atual 416th FLTS.
Coube ao F-16C matrícula 88-0456 (código #88-456), receber a pintura especial com faixas nas cores da bandeira dos EUA, similar à utilizada no protótipo YF-16 que realizou o primeiro voo em 1974. O esquema contém a silhueta da cabeça de um falcão e os títulos “F-16 1974-2024” com a mesma fonte utilizada na pintura do primeiro Fightning Falcon.
“Voo zero”
Quanto ao voo de 20 de janeiro de 1974, oficialmente ele não é considerado “o primeiro”, mas o “voo zero”. Isto porque naquele dia o protótipo do YF-16, comandado pelo piloto de testes da General Dynamics (atual Lockheed Martin), Phil Oestricher, deveria apenas realizar uma corrida em alta velocidade sobre a pista da Base Aérea de Edwards. Mas o teste não ocorreu conforme previsto.
Segundo Oestricher, o programado era acelerar o YF-16 #1 até 135 nós para verificação das características da aeronave antes do primeiro voo, previsto para acontecer duas semanas depois.
Durante o teste, as coisas saíram de controle, com o YF-16 oscilando e saltando violentamente na corrida, chegando a raspar com o estabilizador horizontal no asfalto. Para não perder a aeronave, Oestricher foi forçado a decolar, pousando seis minutos depois em segurança.
Em entrevista, Oestricher disse que a verdadeira intenção dos engenheiros era que ele tirasse rapidamente as rodas do asfalto por alguns segundos, pousando a frente, sem “decolar” oficialmente.
A análise do grave incidente verificou dois problemas com o protótipo #1 do YF-16: primeiro, havia uma sensibilidade “acima do normal” no controle para decolagem (movimento de “rotation” do sidestick) e, segundo, o controle do bocal de exaustão do motor foi montado “invertido”, permanecendo totalmente aberto com a aeronave no solo e totalmente fechado ao aliviar o peso dos trens de pouso (decolagem).
Os problemas foram sanados e, conforme programado, duas semanas depois, em 02 de fevereiro de 1974, ocorria o “primeiro voo oficial” do YF-16. No ano seguinte, a USAF declarou o caça da Genral Dynamics como o vencedor da competição contra o seu concorrente, o YF-17 que posteriormente originou o F-18 Hornet da US Navy.
A intenção da USAF era encomendar 1.400 novos F-16, com o primeiro operacional entrando em serviço na Base Aérea de Hill, Utah, em outubro de 1976. Desde então, o F-16 tem sido a espinha dorsal da USAF, que atualmente conta com aproximadamente 935 Figtning Falcons em serviço, o que representa cerca de 50% da frota de caças.
Estima-se que desde 1974 foram construídos mais de 4.600 Fightning Falcons em dezenas de variantes diferentes. Essa impressionante frota global acumulou cerca de 19,5 milhões de horas de voo em pelo menos 13 milhões de missões.
Apesar da idade avançada e tendo o F-35 Lightning II como seu sucessor, a linha de produção da Lockheed Martin continua plenamente ativa, acumulando mais de 140 pedidos para a moderna versão F-16 Bloco 70/72 Viper, que deverá voar por muitas décadas mais.
@FFO