Reino Unido pressiona Boeing pelos atrasos no programa E-7 Wedgetail. Falando em uma sessão do Comitê de Defesa do Parlamento do Reino Unido, o Marechal RAF Sir Richard Knighton forneceu informações contundentes sobre a atual situação das capacidades de Alerta Aéreo Antecipado (AEW) da Royal Air Force (RAF). Em sua explanação, o Oficial ressaltou o atraso na entrega das novas aeronaves E-7 Wedgetail compradas pelo governo.
Quando foi fortemente questionado pelos parlamentares do Comitê, o Marechal Knighton reconheceu que o assunto é recorrente e confirmou que “claramente a Boeing não está sendo capaz de cumprir o cronograma que havia pré-estabelecido”.
Apesar da necessidade urgente da RAF pela capacidade AEW, especialmente em tempos de aumento das tensões internacionais, a Boeing e Defense Equipment & Support (DE&S) não cumpriram o cronograma original previsto para entrega das aeronaves. Diante disto, as empresas estão sendo fortemente pressionadas pela RAF para minimizar esta lacuna.
O Oficial General da RAF disse que a Boeing, como principal responsável, está sendo fortemente pressionada por sua condução e atrasos na entrega das aeronaves. “Há toda uma série de problemas e não existe uma solução ou uma varinha mágica para resolvermos isso”, disse o Marechal Knighton, indicando a complexidade do projeto.
As dificuldades, conforme observado por Knighton, não decorrem apenas dos processos e desafios internos da própria Boeing, mas também da gestão de empresas e fornecedores subcontratados e de processos de certificação junto às autoridades aeronáuticas, como o Military Aviation Authority.
Quando questionado pelos parlamentares sobre a previsão de entrega das aeronaves, Knighton não indicou uma data específica, apenas projetou que trabalha para atingir a Capacidade Operacional Inicial (COI) em 2025. Reconhecendo que futuros contratempos poderão acontecer, o Marechal da RAF evitou de apresentar um cronograma ao Comitê.
“Alcançar o patamar operacional faz parte de um esforço conjunto entre a RAF, Boeing e fornecedores subcontratados, que deverão trabalhar em conjunto com a Military Aviation Authority”, ressaltou Knighton.
Questionado mais incisivamente pelo Deputado Kevan Jones, se “este era um problema da Boeing”, Knighton respondeu inequivocamente que “sim, fundamentalmente a Boeing assinou um contrato com um cronograma de entrega das aeronaves e não foi capaz de fazê-lo.”
A franqueza da RAF em atribuir o atraso do E-7 à Boeing sublinha o nível de urgência e a frustração nos círculos internos de defesa do Reino Unido. Parece claro que a RAF está trabalhando ativamente para mitigar o impacto desses atrasos, mas a mensagem para a Boeing é inequívoca: a situação atual é inaceitável e o tempo é essencial.
A RAF adquiriu três Wedgetails, que estão em vários estágios de modificação pela STS Aviation no Aeroporto de Birmingham. O E-7 Wedgetail é a plataforma aérea de alerta e controle antecipado mais capaz e eficaz em operação atualmente e tem o caminho de crescimento para corresponder à ameaça esperada nos próximos 20 anos.
@FFO