China e Canadá trocam farpas após interceptação de um CP-140 da RCAF por caças chineses. Os Ministérios da Defesa (MD) da China e do Canadá trocaram fortes acusações após uma aeronave de patrulha marítima CP-140 Aurora da Força Aérea Real Canadense (RCAF) ser interceptada por caças J-10 da Força Aérea Popular do Exército Chinês (PLAAF). O fato aconteceu em 17/10 na região do Estreito de Taiwan.
O Ministro da Defesa do Canadá, Bill Blair, acusou que os pilotos da PLAAF de realizarem a interceptação da aeronave da RCAF de forma perigosa e imprudente. “Estou muito preocupado com a falta de profissionalismo na maneira como isso ocorreu. Foi perigoso e imprudente. Tais comportamentos nunca são aceitáveis, e vamos comunicar isso à República Popular da China de maneira adequada”, afirmou Blair a repórteres.
Segundo relatos, o CP-140 da RCAF havia decolado da Ilha de Okinawa, no Japão (onde está baseada temporariamente), para realizar mais uma missão de vigilância marítima sob a Operação Neon, que monitora as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas impostas contra a Coreia do Norte. As resoluções aprovadas por unanimidade pelo Conselho de Segurança visam persuadir Pyongyang a abandonar suas armas nucleares e capacidades de mísseis balísticos.
O longo voo do CP-140, que durou mais de oito horas, levava a bordo além dos tripulantes militares, duas equipes de jornalistas canadenses da Rádio Canadá e do Global News. De acordo com os relatos, durante parte da missão, dois caças chineses armados com mísseis ar-ar, se aproximaram muito do CP-140, inclusive lançando repetidamente “sinalizadores” (chaff e flare). Um relatório militar canadense divulgado após o incidente, informou que a tripulação do CP-140 havia perdido contato rádio com sua base “devido a uma falha de comunicação do equipamento”.
O Ministério de Defesa da China, por sua vez, disse que o avião canadense passou sobre a Ilha Chiwei e se aproximou várias vezes do território nacional chinês, na área do Estreito de Taiwan. Esta ação forçou a PLAAF acionar os seus caças em alerta de defesa aérea para interceptar, identificar e afastar a “aeronave invasora de perto do território chinês”
De acordo com Wu Qian, porta-voz do MD chinês, “as ações do Canadá infringiram gravemente a soberania da China e ameaçaram a segurança nacional. Essa situação pode facilmente levar a mal-entendidos e julgamentos errados, o que será extremamente perigosos. Por isso, a Força Aérea Chinesa lidou com o assunto em total conformidade com a lei”.
A China declara que o arquipélago das Ilhas Diaoyu são parte do seu território e condenou veementemente a “invasão” da aeronave estrangeira, representando severamente contra o governo do Canadá, observou Wu. Ele ainda alertou para que o Canadá pare imediatamente com qualquer “comportamento provocativo para evitar o agravamento da situação”.
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