FAU em Israel: “Missão cumprida, muito bem cumprida”. “Missão cumprida, muito bem cumprida”, foram as palavras do ministro da Defesa do Uruguai, Javier García, ao avaliar as duas pontes aéreas humanitárias realizadas pelo KC-130H Hércules da Força Aérea Uruguaia (FAU) entre Madri, na Espanha, e Tel Aviv, em Israel. O Comandante do KC-130H, matrícula FAU 594, Col. (Av.) Martín Campoamor descreveu a missão como um “acontecimento histórico para a Força Aérea Uruguaia”.
De acordo com o ministro García, em uma entrevista para a mídia uruguaia, nos dois voos foram evacuadas da zona de guerra 155 pessoas, incluindo 25 crianças. No segundo voo procedente de Tel Aviv, o Hércules da FAU pousou na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, arredores de Madri, com passageiros de várias nacionalidades, como espanhóis, argentinos, peruanos, além dos uruguaios.
“Falei com o Comandante Campoamor, para saber como tinham estado as crianças porque não é uma viagem fácil. São 13 horas a bordo de um avião militar, mas foi tudo muito bom. Então, a avaliação é muito boa, a verdade é que estamos muito felizes. Estou muito feliz, por termos cumprido esta missão num momento de tanta dor, tanta raiva, por ter feito estes voos de resgate, para retirar 155 pessoas da zona de guerra, incluindo 25 crianças”, destacou García.
De acordo com o ministro , não serão realizados voos adicionais, uma vez que todos uruguaios inscritos para deixar Israel foram retirados. Inclusive, no segundo voo sobraram lugares no avião da FAU, e por isso foi possível transportar estrangeiros em uma cooperação internacional.
O Coronel. (Av.) Martín Campoamor, por sua vez, disse em entrevista que a tripulação do FAU 594 foi composta por 16 militares entre pilotos, navegadores, engenheiros de voo, loadmaster e mecânico de voo.
Falando sobre o voo humanitário, o Coronel Campoamor disse ser “um trabalho muito árduo para toda a Força Aérea, especialmente pela questão das licenças de sobrevoo…. Mas como neste caso foi uma situação humanitária, um conflito entre dois países, as licenças e todo a burocracia é agilizada porque estávamos em um voo de ajuda humanitária”, destacou.
A rota de ida de Montevidéu para a Espanha, foram realizadas paradas técnicas em Recife e Cabo Verde. O governo uruguaio em coordenação com o governo espanhol, estabeleceram que as pessoas retiradas de Israel seriam levadas para a Base Aérea de Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madri.
Quanto a questão do pouso em Tel Aviv, quem autoriza é a Força Aérea Israelense, através do Ministério das Relações Exteriores. Os “slots” são coordenados para que a operação ocorra com a maior segurança possível, de acordo com as informações das áreas de inteligência das Forças de Defesa de Israel. “O voo entre Madri e o Aeroporto Internacional aeroporto Ben Gurion, na capital israelense, dura aproximadamente sete horas, ou um pouco mais, dependendo do vento”, destacou o Oficial Aviador da FAU.
Falando sobre os voos de evacuação entre Israel e Madri, o Coronel Campoamor disse que as pessoas estavam ansiosas para sair do país e da situação que estavam vivenciando. “Embora o Hércules não seja um avião comercial, onde você tem o seu assento reservado e numerado, o sentimento de todos os passageiros era de gratidão, e cada vez que nos viam lá na cabine circulando, sempre tinham palavras de agradecimento. Para nós da Força Aérea, mais do que um dever e uma obrigação, é uma honra e um orgulho cumprir esta missão. E apesar de não se sentirem confortáveis, ficaram muito felizes em voar no avião, além de ser uma novidade para eles, porque nem sempre se tem a possibilidade de voar num Hércules”, explicou.
Quanto ao significado profissional desta missão, Campoamor respondeu “Acho que cumprimos um feito histórico, porque ir com uma aeronave da Força Aérea Uruguaia para uma zona de conflito, não sei se isso já aconteceu….não falo só por mim, mas pela tripulações, é uma honra, um orgulho, e a verdade é que estamos totalmente felizes em cumprir esta missão… A expectativa que se tinha quando esta missão começou está se cumprindo. Acho que a satisfação pessoal pelas conquistas nos enche de orgulho, não só a mim, mas a toda a tripulação e a toda a Aeronáutica”, enfatizou.
@FFO