DECEA ativa hoje o Projeto Eficiência de Rotas na FIR Brasília e FIR Recife. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) subordinado à Força Aérea Brasileira (FAB), ativará às 21h (horário de Brasília) desta quarta-feira (04/10), o Projeto Eficiência de Rotas, cujo escopo inclui a reestruturação de toda rede de rotas fixas das regiões de Informação de Voo de Brasília e de Recife (FIR-BS e FIR-RE).
Coordenado pelo Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), o Projeto Eficiência de Rotas faz parte do Programa SIRIUS Brasil do DECEA, e tem por objetivo a redução nas distâncias voadas através da otimização das trajetórias de voo e segregação racional do espaço aéreo em função da demanda projetada para os próximos dez anos.
“Além de promover a gestão do tráfego aéreo mais sustentável através das rotas fixas mais diretas, o Projeto Eficiência de Rotas proporciona uma carga de trabalho mais igualitária nos centros de controle de tráfego. Os procedimentos de navegação aérea com perfis de voo mais eficientes e uma nova estrutura de espaços aéreos e de setorização são fundamentais para a implementação desse novo cenário operacional”, destaca o Chefe do Subdepartamento de Operações do DECEA, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha.
Tomada de Decisão Colaborativa
O Projeto Eficiência de Rotas foi desenvolvido por meio de um trabalho conjunto entre diversos órgãos e setores do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB). Na fase de planejamento, houve um trabalho mais ativo junto aos Quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA I, II, III e IV). Na fase de validação, participaram mais ativamente o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) e as empresas aéreas, momento em que foram utilizadas ferramentas e softwares para modelagem e validação dos cenários, com o objetivo de mensurar a redução no consumo de combustível e emissões de CO2 na atmosfera.
Cerca de 500 controladores de tráfego aéreo dos CINDACTA I e III foram capacitados através de instruções teóricas e práticas nos simuladores para as mudanças das rotas. Durante o treinamento, foram colhidas sugestões de melhorias na nova circulação aérea, que serão analisadas e implementadas, caso convenientes, na fase de pós-implementação.
Como resultado desse esforço multidisciplinar, foram modificadas 127 aerovias nas FIR Brasília e Recife e 213 procedimentos de navegação aérea de cartas de chegada (STAR) e saída (SID) em oito Áreas de Controle Terminal (TMA), o que tornou a malha aérea bem mais eficiente.
Segundo o Subgerente do Projeto Eficiência de Rotas, Capitão Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Bruno da Silveira Topini, os resultados das simulações realizadas mostram que a nova setorização aumentou a capacidade de controle no espaço aéreo modificado. “Proporciona uma melhor gestão da demanda, de forma a reduzir e, na maior parte dos casos, evitar a ocorrência de esperas para ingresso em espaços aéreos mais congestionados, como é o caso da TMA-SP”, afirma o Oficial.
Em resultados simulados, considerando a malha aérea pré-pandemia, houve redução de aproximadamente 73.000 milhas náuticas voadas em um ano de operação, tendo como reflexo a redução aproximada na queima de aproximadamente 440 toneladas de querosene de aviação e emissões de 1.340 toneladas de gás carbônico na atmosfera. “Esses dados foram utilizados como indicadores de desempenho, considerando o cenário planejado, em comparação com as trajetórias voadas atualmente”, explica o Gerente do Projeto Eficiência, Tenente-Coronel Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Clóvis Fernandes Junior.
Informações mais específicas podem ser encontradas na Circular de Informação Aeronáutica que divulga em detalhes técnicas o Projeto Eficiência de Rotas (AIC 25/23). Os usuários podem encaminhar dúvidas ou sugestões pelos canais do DECEA para atendimento aos seus usuários, que serão consideradas durante os ajustes e efetuados durante os trabalhos de pós-implementação do projeto.
O trabalho do Programa SIRIUS Brasil é contínuo e incessante, sempre buscando cumprir com os compromissos da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), de fomento à indústria aeronáutica, mantendo-se assim um ciclo de melhoria contínua da navegação aérea mundial.
Fonte: FAB/DECEA
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