China acredita que Vietnã não comprará caças F-16 dos EUA. A negociação entre os Estados Unidos e o Vietnã sobre uma possível transferência de caças F-16 para a Força Aérea Popular Vietnamita (VPAF), está sendo vista com desconfiança pela China.
De acordo com uma reportagem do portal chinês Global Times, especialistas locais veem o acordo como “um objetivo hegemônico dos EUA para conter a China, e desestabilizar a paz na região”, e salientam que o Vietnã “não aceitará isso facilmente”.
A administração do presidente americano Joe Biden atualmente está envolvida em negociações com o governo vietnamita com o objetivo de fornecer um pacote de armamentos, incluindo um lote de caças F-16. Caso tenha sucesso, será a maior transferência de armas da história entre estes antigos adversários da Guerra Fria.
A informação foi tornada pública pela agência Reuters, e salientou as tensões entre a China e o Vietnã sobre a questão do Mar da China Meridional. Este seria um dos motivos para Ho Chi Min considerar a compra dos aviões de guerra dos EUA, além da crise entre a Rússia e a Ucrânia, que tornou mais difícil a compra de armas pelos vietnamitas.
A VPAF opera principalmente caças de origem soviética comprados da Rússia, que poderia perder um antigo aliado caso Washington tenha êxito na negociação. Atualmente o principal vetor da Força Aérea Popular do Vietnã é o Sukhoi Su-30MK2V, complementados por veteranos Sukhoi Su-22M e MiG-21.
Mas especialistas militares chineses disseram que a proposta dos EUA tem os seus próprios “objetivos hegemônicos”. Ao oferecer caças F-16 e armamentos ao Vietnã, os americanos pretendem ganhar além de um novo aliado na região, uma posição estratégica, com a possibilidade de no futuro colocar suas instalações militares no país, afirmou Wei Dongxu, um especialista militar baseado em Pequim, em entrevista ao Global Times.
“Aproveitando esta nova posição, os militares dos EUA podem provocar mais problemas no Mar do Sul da China para construir um cerco militar para conter a China”, disse Wei.
De acordo com o Global Times, os analistas chineses acreditam que o Vietnã pode pesar os prós e os contras de forma independente para evitar cair numa “armadilha que o tornaria um peão dos EUA”. Portanto, “é improvável que o Vietnã considere isso aceitável”, disse Wei.
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