Planalto tem 5 dias para explicar a compra do novo avião presidencial. Nas últimas semanas, um dos assuntos em pauta vinha sendo a proposta de compra de um novo avião presidencial, defendida pelo poder executivo. A questão polêmica, foi parar na justiça, que deu prazo de cinco dias para o Governo explicar a necessidade de compra da nova aeronave.
O atual “Força Aérea Zero-Uno” é o Airbus ACJ (A319-133ER) matriculado VC-1 FAB 2101 (c/n 2263), que serve no 1º Esquadrão do Grupo de Transporte Especial (GTE) da FAB, sediado na Base Aérea de Brasília (BABR). Ele foi adquirido em direto da fábrica (ou seja novo) em 2004 por US$ 56,7 milhões (US$ 91,7 milhões em valores de hoje), sendo recebido em 2005. Com 19 anos de uso e por ser uma aeronave VIP, que voa muito menos que seus pares comerciais, é uma aeronave relativamente nova e muito bem cuidada.
Curiosamente ela foi comprada no primeiro mandato do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que agora quer, novamente, adquirir uma aeronave presidencial. O VC-1 a época chamado de “Aerolula” sucedeu à frota de KC-137, em especial o FAB 2021 (B-707-345C) — uma aeronave de 1968 adquirida da Varig e recebida em 1987, que fez por anos a missão presidencial. É bem verdade que a época da compra do VC-1, havia a necessidade de substituir o KC-137.
Porém, os tempos e as necessidades são outras, e a aquisição de um novo e luxuoso avião presidencial, sob a alegação de que a Presidência precisa de uma aeronave VIP, confortável, espaçosa, imponente e com grande autonomia — o ACJ não tem autonomia para voos de longas distâncias.
Informações da mídia, em especial dos jornalistas que cobrem notícias presidenciais, dão conta que o Presidente quer um avião luxuoso, com cama de casal, sala de reunião, área VIP, espaçosa e capa de levar uma grande comitiva. Uma aeronave que permita a ele viajar pelo mundo e projetar o país.
Vale lembrar que de janeiro a setembro de 2023. O Presidente fez 16 viagens ao exterior, com quase 60 dias fora do país, viagens que custaram muito ao erário. A compra de uma aeronave deste porte vem sendo exigida desde junho pelo próprio Lula, inclusive, segundo fontes do Planalto, já haveria contatos para a aquisição de um jato de grande porte VIP usado e vindo o mercado árabe, provavelmente, de algum Sheik, a valores oscilando em R$ 300 a R$500 milhões (US$ 70 a 95 milhões).
A repercussão da possível compra trouxe comentários positivos e negativos, que passaram a ser comparados a assuntos mais importantes como a queda da arrecadação, déficit nas contas, aumentos de gastos e impostos e, por fim, a crise das enchentes no Sul, que custarão milhões para reerguer as cidades, a economia local e as famílias atingidas.
Isto motivou a Justiça a dar, no dia 19/09, 5 dias para governo explicar compra do avião presidencial. O Juiz Marllon Sousa, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, atendeu ao pedido de deputados da oposição que questionam a necessidade e de onde sairá o dinheiro para a troca do “Aerolula” por um novo avião.
Diante da situação, aliados do Planalto dizem que o governo chegou à conclusão de que este não é o momento ideal para comprar um novo avião para as viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Fala-se em controle de gastos e o equipamento seria visto como desperdício de dinheiro.
Lula e a primeira-dama Janja querem um avião novo. O presidente diz que uma de suas prioridades é reinserir o Brasil no cenário internacional. O problema é que o custo da sua vontade pode ser muito maior que o dinheiro. Pode custar um capital político, que para seus aliados, pode não ser mais recuperado.
Para a Força Aérea Brasileira, um novo jato para o GTE não é uma prioridade. A FAB tem muitas coisas a frente em projetos que beneficiam toda a nação e a soberania do país, e não somente ao seleto grupo que hoje tem o privilégio estar inserido nas viagens presidenciais.
@CAS