Acidente com o F-5EM FAB 4824 do 1º/14º GAV em Canoas. Por volta das 15h local do dia 14 de setembro de 2023, o Northrop F-5EM Tiger II FAB 4824 do 1º/14º GAV da Força Aérea Brasileira (FAB) fez um pouso de emergência na Base Aérea de Canoas (BACO), após ter uma pane hidráulica, durante uma missão de treinamento de combate.
Os dois caças F-5EM do “14″ decolaram para uma missão de combate BVR na área de treinamento da unidade, no litoral do Rio Grande do Sul (Lagoa). Durante a missão, o F-5EM 4824, ala da esquadrilha, “perdeu” o motor esquerdo — responsável por uma série de sistemas da aeronave, entre eles, o hidráulico. Ele ficou travado, com parâmetros do motor zerados. Sem conseguir religar o motor General Electric J85-GE-21A, a esquadrilha regressou para Canoas, declarando emergência (PANPANPAN) ao controle de tráfego aéreo (APP Palegre) e entrando em órbita próximo a BACO.
Sem sistema hidráulico (zero pressão), a solução foi tentar baixar o trem de pouso no modo emergência (manual), algo que não funcionou. Depois de muitas tentativas — com apoio da unidade e do líder da esquadrilha — de baixar o trem de pouso e religar o motor (“ciclando” o sistema), de fato, apenas a bequilha e o trem direito principal baixaram e travaram (luz verde). Nesta configuração, ainda com o CL tank no cabide central da fuselagem, a ordem técnica (TO) do F-5 recomendava a ejeção do piloto, isto é, abandonar a aeronave.
O plano de emergência da BACO foi acionado, inclusive com um Airbus H-36 (FAB 8515) Caracal do 3º/8º GAV, que estava em Canoas, sendo previamente postado como aeronave SAR. Porém, o piloto do Esquadrão Pampa, ao invés de ejetar, optou por tentar pousar seu F-5EM em Canoas. Sendo assim, ambos abandonaram a área de espera ao norte da BACO e prosseguiram para a final em Canoas já em contato com a Torre (Coruja). O líder pousou primeiro na pista 31, sendo após, seguido pelo 4824 em emergência.
O pouso foi feito normalmente, com o F-5 tocando no lado direito da pista, com o acionamento do paraquedas de frenagem. No pouso, a aeronave, como previsto, tocou a asa esquerda no solo (lado do trem recolhido), se arrastando sobre a pista, ficando danificada e interditando a pista 13/31. A equipe de emergência prontamente socorreu o piloto e rapidamente controlou a situação. Não se sabe a extensão dos danos ao 4824 e se ele voltará a voar. O caçador foi levado ao Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO), onde foi examinado e passa bem.
A BACO foi fechada para pousos de aeronaves de asa fixa, até a retirada da aeronave da pista no final da manhã do dia 15/09. O 4824 foi erguido com auxílio de um guindaste e após rebocado até o pátio.
O caçador demonstrou frieza e grande capacidade operacional para pousar seu F-5EM nestas condições. Foi um belo trabalho de doutrina operacional e segurança de voo. Parabéns a unidade aérea o ao piloto.
@CAS