Trailer do filme “O sequestro do voo 375” mostra como ficou a produção. O emblemático caso do sequestro do voo VASP 375 ocorrido há quase 35 anos, irá estrear em breve nos cinemas em todo o país. O trailer oficial do longa metragem produzido pela Escarlate Estúdios em parceria com a Star Original Productions, do grupo Disney, foi divulgado na semana passada (veja no final desta nota).
Baseado em fatos reais, o filme “O sequestro do voo 375” relembra os momentos de tensão vividos a bordo do Boeing 737-300 da VASP, matrícula PP-SNT, naquele dia 29 de setembro de 1988. Sob o comando do Comandante Fernando Murilo e do Copiloto Salvador Evangelista, o voo 375 partiu do Aeroporto Internacional de Confins (MG) com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro (RJ), com sete tripulantes e 98 passageiros a bordo, entre eles um sequestrador.
O maranhense Raimundo Nonato Alves da Conceição, um trabalhador desempregado de 28 anos, estava completamente transtornado com a forte crise econômica que assolava o país sob o comando do então Presidente José Sarney. Revoltado pela situação econômica nacional, Raimundo embarcou no VASP 375 armado com um revólver e muita munição, disposto a tomar de sequestro o Boeing 737 e jogá-lo sobre o Palácio do Planalto.
Durante o voo, Raimundo Nonato tomou o controle do jato, após disparar muitos tiros a bordo, acertando o Comissário Ronaldo Dias, o tripulante Gilberto Renhe que estava de extra no voo , além de matar o Co-piloto Salvador Evangelista. Com pouco combustível disponível, o Comandante Murilo heroicamente comandou manobras acrobáticas no Boeing 737-300 (tunneau e parafuso), na tentativa de derrubar o sequestrador. Após muita conversa, e com um motor apagado pela falta de combustível, e na iminência do segundo motor também parar, o Murilo conseguiu pousar o Boeing 737 no Aeroporto de Goiânia (GO).
Cercado por policiais após o pouso, o sequestrador acertou um tiro na perna do Comandante Murilo, antes de ser ferido por um disparo de um policial e preso. Raimundo Nonato morreu no hospital três dias depois. O saldo foi a morte do Co-Piloto Evangelista, outros três tripulantes feridos e todos os passageiros libertados sem ferimentos.
O Comandante Fernando Murilo recebeu diversas comendas pelo seu ato heroico, e após o ocorrido ele continuou voando na VASP por mais alguns anos. Murilo faleceu em 27 de agosto de 2020, aos 76 anos de idade, por complicações de saúde.
Para as filmagens de “O sequestro do voo 375”, a produtora utilizou o Boeing 737-200 da Força Aérea Brasileira (VC-96), FAB 2116, preservado no Museu da Aeronáutica (MUSAL), na Base Aérea dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ). Apesar de ser uma versão diferente do PP-SNT original – um 737-300 – a aeronave foi completamente plotada com as cores e marcas da VASP.
Para as tomadas de aeroporto, foi colocado ao lado do falso PP-SNT o Lockheed L-188 Electra da VARIG preservado no MUSAL (PP-VJM), o que deixou o cenário mais realístico, apesar dessa aeronave na época não operar fora da ponte-aérea Rio (Santos Dumont) – São Paulo (Congonhas). Veículos, uniformes e outros detalhes de ambiente chamam a atenção pela fidelidade histórica.
Os figurinistas tomaram o cuidado colocar o piloto do F-5 com o macacão na cor azul, utilizado nos anos 1980. Coube aos F-5E/F de alerta no 1º Grupo de Aviação de Caça “Esquadrão Jambock” acompanhar o VASP 375, porém as cenas do filme mostram a versão modernizada F-5EM, que não existia nesta época.
O “O sequestro do voo 375” tem a direção de Marcus Baldini e roteiro de Lusa Silvestre, e a participação dos atores Danilo Grangheia (interpretando o Comandante Murilo), César Mello (copiloto Evangelista), Jorge Paz (sequestrador Raimundo Nonato), Wagner Santisteban e Juliana Alves (comissários de bordo), além de Claudio Jaborandy, Adriano Garib entre outros. O filme estará disponível nos cinemas em 7 de dezembro e posteriormente no site da Star+.
@FFO