A secretária da Força Aérea Americana Barbara M. Barrett lançou no dia 21 de julho de 2020, a primeira Estratégia Ártica da Força Aérea que, será de fato implementada, em um evento virtual do Conselho Atlântico.
Apesar de uma longa história de operações no Ártico, a USAF nunca teve sua própria estratégia para operar na região. A Casa Branca lançou pela primeira vez uma Estratégia Nacional para o Ártico em 2013, sob o governo Obama. Essa estratégia foi atualizada em 2016 e novamente em 2019. Em sua apresentação, a Secretária Barrett enfatizou a crescente importância do Ártico em uma palestra no Simpósio de Guerra Aérea em fevereiro, chamando-o de “missão central” para a Força Aérea.
“Como no espaço, os Estados Unidos estão decididos em defender e proteger as normas internacionais de acesso e navegação, à medida que os recursos e as rotas marítimas do Ártico ganham importância. É por isso que é essencial manter fortes relações de defesa com as nações do Ártico. Estamos discutindo e ampliando este assunto com Canadá, Islândia, Noruega, Finlândia, Suécia, Groenlândia e Dinamarca”.
O lançamento ocorre apenas cerca de duas semanas após Barrett percorrer locais da USAF no Ártico, incluindo a Base Aérea de Eielson, no Alasca, que em breve abrigará os dois primeiros esquadrões de F-35A da Pacific Air Forces (PACAF). A base está localizada a cerca de 160 km ao sul do Círculo Polar Ártico e é a sede da 354th Fighter Wing (354th FW), a ala de combate mais ao norte do Departamento de Defesa. A 354th FW já recebeu seus seis primeiros F-35 este ano e até dezembro de 2021 deve completar a dotação de 54 caças previstos. OS primeiros F-35 foram destinados ao 356th Fighter Squadron, reativado em 2019. Os F-35 irão formar uma força conjunta com os F-22 (90th, 302nd e 525th FS) da base vizinha Conjunta Elmendorf-Richardson, o que fará o Estado do Alasca ter a maior concentração de caças de 5ª geração do mundo.
A ideia dos americanos é criar uma força de vigilância e pronta resposta no círculo polar ártico para contrapor a presença dos russos, que já atuam na região há décadas.
Os caças do Comando de Defesa Aeroespacial da USAF interceptaram pelo menos 10 bombardeiros russos, caças e aeronaves de patrulha marítima este ano na costa do Alasca, onde a maioria desses encontros, ocorreu em junho de 2020.
O chefe do Comando Norte dos EUA, Terrence J. O’Shaughnessy, disse que “a Rússia está testando as forças armadas dos EUA para verificar se o coronavírus criou alguma fraqueza, mas ele insistiu que os EUA continuam prontos: 24 horas por dia, sete dias por semana, 365 dias por ano”.
Já o Tenente-General David A. Krumm, Comandante do Comando do Alasca, disse que as ações da Rússia não surpreendem. “Se você voltar à história, a Rússia sempre operou com aviação de longo alcance em voos dentro da nossa Zona de Identificação de Defesa Aérea [ADIZ], e, estamos vendo isso como uma continuação desses esforços do passado. Nós os interceptamos quando eles entram na nossa ADIZ. Embora Rússia e China queiram evitar conflitos militares diretos, o crescente aumento destas atividades gera risco e um ambiente de ameaças mais complexo e dinâmico do que vimos desde o fim da Guerra Fria”.
Durante sua visita, Barrett também visitou a Estação da Força Aérea Clear no centro do Alasca, cujo objetivo principal é fornecer vigilância e rastreamento de mísseis balísticos intercontinentais, bem como locais ainda mais remotos como Utqiagvik (anteriormente conhecido como Barrow, Alasca) e Kotzebue, uma cidade no Noroeste do Alasca, que poderia desempenhar um papel maior nas operações da USAF.
Além de caças (F-16C/D, F-22A e F35A), a região do Alasca tem vetores de reabastecimento em voo (KC-135R), AEW&C (E-3B/C), Reconhecimento/ELINT (RC-135S/WC-135), SAR (HC-130J/HH-60G) e Transporte (C-17/C-12).
@CAS