Além dos esforços norte-americanos para desenvolver drones de combate — esforço este proveniente da identificação desses vetores como o caminho natural para manter a soberania aérea —, e aproveitando os lautos recursos que possuem quando decidem um vetor, agora aparecem vetores semelhantes em outras paragens.
Os russos apresentaram, recentemente, o seu novo Sukhoi Su-70 Ohkotnik, um drone de grande porte com formato muito parecido ao do F-117, o que aponta para a existência de furtividade, um novo motor desenvolvido especialmente para ele, e amplo espaço para carregar armamento internamente. O protótipo já voou, e ele também já foi apresentado ao mundo, o que demonstra que a próxima fase é sua produção em série. O importante, aqui, é o que os russos sabem. Não acham! Descobriram a necessidade de um vetor desses na marra, com o fracasso de sua aviação tripulada na Ucrânia. Eles enfrentam os mais variados tipos de mísseis, caças inimigos e um “fogaréu” a baixa altura, em que seus Su-25 demonstram claramente a sua obsolescência. Além disso, o proibitivo custo de produzir seus caças mais avançados tem demonstrado a dificuldade de passar do protótipo ao avião de série. Portanto, de obter massa.
Por outro lado, o uso expressivo de drones, inicialmente pelos ucranianos, que não só trouxe fama aos Bayraktar turcos, mas a capacidade de realizar ataques não detectados contra alvos em Moscou, abriu os olhos dos russos. O Su-70 chega, provavelmente, para virar a situação na Ucrânia em seu favor. Fica a lição.
Em um mundo em crescente ebulição, todos os países estão se armando. Está difícil saber o que vai acontecer. Mas armas avançadas não são adquiridas no meio de conflitos. Cada um terá que lutar com o que tem.
O Brasil comprou 36 caças Gripen, e por mais que ainda tenhamos uma razoável frota de Northrop F-5M, convém lembrar que esses aviões voaram pela primeira vez há 51 anos! Não têm capacidade de enfrentar um inimigo moderno.
E o Brasil é um país grande. Gigante, na verdade. Trinta e seis caças, por mais avançados que sejam, são poucos para defender a Pátria. Precisamos de, no mínimo, outro lote igual para somarmos 72 aeronaves, e assim passarmos países como o Chile em número de aeronaves modernas.
Assim que fecharmos o circuito e adquirirmos o número ideal de caças, devemos (sob o risco de ficarmos, mais de uma vez, para trás na história) partir para um projeto como o Su-70 e os drones de combate norte-americanos, em desenvolvimento. Temos indústria e parceiros para fazer isso, inclusive para explorarmos o mundo da furtividade. O tempo não para, e o caminho é óbvio. Basta termos um governo responsável que garanta o orçamento da Força Aérea, e que entenda que a defesa nacional é mais do que fazer negócios.
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@CL