UCRÂNIA: “F-16 não é a bala de prata”, afirma Oficial da USAF. A Ucrânia não terá uma capacidade básica de F-16 até pelo menos 2024, e o desenvolvimento da proficiência com essa aeronave pode levar até cinco anos. Essa declaração foi dada em 18/08 pelo Gen. James B. Hecker, Comandante da USAF na Europa-África (USAFE), durante uma reunião virtual do Defense Writers Group.
Conforme noticiamos, o governo do presidente Joe Biden recentemente deu luz verde para a Dinamarca e Holanda treinar pilotos ucranianos nos F-16, e também sinalizou positivamente quanto aos repasses de caças desses países para a Ucrânia.
O Comandante da USAFE também minimizou o papel que os F-16 podem ter para a Ucrânia combater a invasão russa. “Essa capacidade não será uma ‘bala de prata’ , mas sim um facilitador da utilização de munições ar-terra fornecidas à Ucrânia”, afirmou o Gen. Hecker. Seus comentários vem de encontro com as opiniões de outros Oficiais que os F-16 não serão uma “divisão do jogo” ou uma “arma mágica”.
entre as armas fornecidas pelos EUA estão os míssieis anti-radar AGM-88 HARM, que foi visto sendo utilizado em jatos ucranianos MiG-29, o qual Hecker chamou de “uma aeronave bastante capaz”. No entanto, a reclamação principal da Ucrânia é que esses aviões de origem soviética são difíceis de manter.
Outro ponto destacado por Hecker são os 32 jovens pilotos ucranianos selecionados para o treinamento nos F-16. Desses, apenas oito são proficientes na língua inglesa, enquanto os demais estão estudando o idioma no Reino Unido. “São pouco experientes e precisarão se tornar operacionais no caça. Eles tem poucas horas de voo, e estão em meio a uma guerra real”, salientou o General-Oficial da USAF.
A previsão é que essa turma passe por treinamento em aviões turboélices, para então serem enviados para a França, onde voarão os Alpha Jet. “Isso tudo vai levar tempo, e provavelmente não vai acontecer antes do final do ano. É por isso que vai demorar pelo menos até o ano que vem até você ver os F-16 na Ucrânia”, disse o Gen Hecker.
A previsão de Hecker coincide com os comentários de um porta-voz da Força Aérea Ucraniana, que disse na televisão estatal nesta semana que os F-16 não chegarão neste outono ou inverno.
Mesmo após os F-16 chegarem à Ucrânia, levará ainda mais tempo para os pilotos se tornarem operacionais, alertou Hecker. “Para se tornar proficiente no F-16 não vai acontecer da noite para o dia. Você até pode obter proficiência em alguns sistemas de armas rapidamente. Mas com os F-16, isso levará um tempo maior para atingir esse nível… Estamos falando em algo que pode levar até cinco anos. No curto prazo, os F-16 vão ajudar um pouco, mas não são a bala de prata”, repetiu Oficial.
Os F-16 ucranianos armados com mísseis com AMRAAM AIM-120 poderiam abater aeronaves russas, “mas tudo o que a Rússia precisaria fazer é ficar fora do alcance dessas armas”, disse Hecker, observando que os russos já começaram a fazer isso e se adaptaram movendo os postos de comando para mais longe de as linhas de frente quando um novo sistema de artilharia de longo alcance é introduzida.
“É importante ressaltar que os F-16 não serão capazes de perseguir aeronaves russas sobre o território deles, porque você será atingido por um dos mísseis terra-ar da artilharia russa”, disse Hecker.
O fracasso da Rússia em alcançar rapidamente a superioridade aérea após a invasão foi uma surpresa para a USAFE, disse Hecker, observando que os sistemas de defesa aérea da Ucrânia foi desenvolvido pelos russos e, muito provavelmente, eles tinham uma boa visão sobre como eliminá-los.
“A Rússia desistiu bem cedo da superioridade aérea na Ucrânia, depois de perder dezenas de aeronaves em combates. Como resultado, aparentemente decidiu não voar dentro do alcance das defesas aéreas da Ucrânia”, disse Hecker, acrescentando que “em vez disso, ela se adaptou enviando drones iranianos e mísseis de cruzeiro lançados de bombardeiros, sem arriscar mais aeronaves ou tripulações. Essas táticas provaram ser relativamente bem-sucedidas”, afirmou.
Fonte: AFM&S
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