O 2°/5° GAV – “Esquadrão Joker” iniciou, no dia 15 de julho, a campanha de emprego ar-solo que faz parte do Curso de Especialização Operacional na Aviação de Caça (CEO-CA) de 2020. Durante dois meses, os futuros pilotos de caça da Força Aérea Brasileira (FAB) irão se capacitar para operar a aeronave A-29B Super Tucano nas mais diversas modalidades de emprego de armamento contra alvos no solo. A fase é, ainda, uma oportunidade de realizar a manutenção operacional dos instrutores de voo do “Joker”.
Durante a campanha, o Esquadrão Joker opera a partir da sua sede localizada na Ala 10, em Parnamirim (RN), na região metropolitana de Natal (RN). As formações com quatro aeronaves, preparadas com lançadores de foguetes de 70 mm, lançadores de bombas de exercício (BEX-11) no SUU-20 e metralhadoras .50, deslocam-se para o estande de tiro aeronáutico de Maxaranguape (RN). Nesse local, os pilotos têm à disposição um espaço aéreo restrito para a operação e uma área no solo segura para o lançamento ou disparo dos artefatos bélicos.
Esse é o primeiro contato dos Aspirantes do CEO-CA com as missões inerentes à Aviação de Caça e com o emprego de armamento real e de exercício. Com o treinamento técnico no estande, o estagiário terá adquirido as habilidades necessárias para executar algumas ações de Força Aérea, como Ataque e Reconhecimento Armado, nas fases mais avançadas do curso.
Segundo o Aspirante a Oficial Leonardo de Mattia Buozi, esse é um dos momentos mais aguardados por aqueles que sempre sonharam ser piloto de caça.
“De maneira geral, quando pensamos em Aviação de Caça, pensamos no uso de armamento contra algum alvo. Portanto, essa fase é muito motivante, pois reconhecemos nossa evolução como pilotos e podemos progredir nas missões com graus de responsabilidade e complexidade cada vez maiores. A exigência será grande e, portanto, o estudo e preparo devem ser intensificados proporcionalmente”.
Após o voo, os militares da Célula de Avaliação e Desempenho Operacional efetuam o download dos dados gravados pela aeronave e analisam os parâmetros atingidos pelo piloto em cada lançamento realizado. Para o Comandante do 2°/5° GAV, Tenente-Coronel Aviador José de Almeida Pimentel Neto, essa é uma ferramenta essencial para o processo de ensino-aprendizagem e o consequente desenvolvimento dos futuros pilotos de caça.
“As ferramentas desenvolvidas com base na tecnologia embarcada e a doutrina de emprego que foi sendo aprimorada ao longo desses 16 anos de experiência com a aeronave A-29 são frutos de um trabalho de pessoas que mantiveram a constante busca pela excelência. É importante que os estagiários reconheçam essas características do piloto de combate e busquem sempre dar o melhor de si, explorando todos os recursos disponíveis para aprimorarem o desempenho a cada missão”, disse o Comandante.
Já o Comandante da Ala 10, Brigadeiro do Ar Marcelo Fornasiari Rivero, destacou essa etapa do curso como fundamental para a vida operacional dos futuros pilotos de caça.
“É importante que eles aprendam todos os fundamentos das missões de emprego de armamento, haja vista que, em um futuro não tão distante, serão os responsáveis pela garantia da soberania do espaço aéreo brasileiro e estarão engajados em missões reais para defender os interesses do País”.
Trabalho conjunto
A fase de emprego ar-solo do CEO-CA é, ainda, uma oportunidade para manter o adestramento do pessoal de manutenção quanto à preparação e à operação de armamento real. O Comandante do Grupamento Logístico da Ala 10, Coronel Especialista em Armamento Aníbio Roberto Calixto Pereira, disse que é necessária a participação intensa dos especialistas em material bélico no preparo das atividades, desde a retirada do material bélico dos paióis até a preparação e o municiamento das aeronaves na linha de voo.
“Além da manutenção operacional do pessoal de armamento, deixando-os capacitados para atuarem, a qualquer momento, no preparo, equipagem e municiamento das aeronaves A-29 Super Tucano da FAB, essa fase é um motivo de orgulho, uma vez que, eles são os responsáveis por transformarem as aeronaves em verdadeiras armas de guerra”.
Distante cerca de 80 km ao Norte da Ala 10, o estande de tiro aeronáutico de Maxaranguape dispõe de uma infraestrutura adequada para a operação segura das aeronaves que utilizam armamento aéreo contra o solo. Além do espaço aéreo restrito e a ausência de cidades ou povoados próximos, o local conta com segurança, equipe médica, contra incêndio e uma pista de pouso para emergência.
Durante as missões, uma equipe liderada por um instrutor do 2°/5° GAV acompanha e coordena o treinamento a partir de duas torres adjacentes aos alvos. Nelas, por meio de um teodolito, é possível observar o momento e o local exatos do impacto do armamento no solo e aferir a precisão do piloto e da aeronave. Nos empregos com a metralhadora .50, a quantidade de projéteis que atingiram o alvo é captada por um conjunto de microfones. Todos esses dados são compilados e analisados pela Unidade Aérea.
Além disso, o Oficial responsável pelo emprego no estande, em contato via fonia com as aeronaves da formação, tem a missão de auxiliar na coordenação do circuito de emprego, sendo responsável direto pelo sucesso da missão.
“Atuar na função de controlador do estande envolve o conhecimento da missão e um intenso trabalho em equipe. Nessa ocasião, o instrutor tem a oportunidade de observar a partir, de outra perspectiva, o emprego do armamento, acompanhando a evolução dos estagiários desde as primeiras missões até o término da formação”, conclui o Oficial.
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