A China pode ser o motivo para Argentina finalmente obter caças F-16 e aviões de patrulha P-3 Orion. Parece que finalmente a Argentina está mais perto de obter a luz verde para seguir no processo de aquisição do tão esperado caça supersônico. Bloqueios diplomáticos e problemas financeiros são os principais percalços, que podem cair por terra com a chegada dos chineses.
Um passo importante ocorreu recentemente, quando o governo do presidente norte-americano Joe Biden enviou um pedido ao Congresso para aprovar que a Dinamarca negocie com a Argentina um lote de caças F-16 desativados pela Força Aérea Real Dinamarquesa (RDAF).
A RDAF estaria disponibilizando 38 caças, sendo seis F-16A/B Block 10 e 32 F-16 Block 15, por um valor aproximado de US$ 339 milhões. Por se tratar de um equipamento militar desenvolvido e produzido pelos Estados Unidos, é necessária a aprovação de Washington para qualquer exportação à terceiros.
De quebra, a solicitação de Biden ainda envolve a permissão para a exportação de quatro aeronaves de patrulha marítima P-3C Orion recentemente desativadas pela Força Aérea Real Norueguesa (RNoAF) e avaliadas em cerca de US$ 108 milhões. Conforme já noticiamos anteriormente, essas aeronaves são desejadas pela Armada Argentina para reativar suas missões de patrulha no Atlântico Sul.
O sinal verde do Congresso dos EUA é apenas mais uma etapa – importante – nesse negócio, que ainda terá outros capítulos na sequência. Um deles, sem dúvidas, será convencer o Reino Unido a abrir mão das sansões militares que impõem à Argentina, desde o final da guerra pelas ilhas Malvinas/Falklands em 1982.
Apesar dos britânicos torcerem o nariz para o rearmamento dos militares argentinos, Washington estaria trabalhando forte nos bastidores para que esse antigo obstáculo diplomático seja removido. O motivo é simples.
Nos últimos anos, a China está espalhando seus tentáculos pela América do Sul. Diante da necessidade emergencial da Argentina obter dólares para fomentar sua economia, Pequim não encontra dificuldades para fechar acordos estratégicos com o atual governo da Casa Rosada (veja exemplos aqui). Assim, o gigante oriental também está no páreo da novela dos caças supersônicos, oferecendo os seus JF-17 (saiba mais).
Para não deixar escapar uma região que domina há décadas, Washington estaria tentando convencer o governo britânico que, seus antigos ranços com os argentinos, estaria abrindo ainda mais o caminho para os chineses se acercarem das suas “amadas” ilhas Falklands.
Sabendo do cenário político latino-americano completamente volátil, e que muda conforme o vento, certamente os EUA colocou uma “pulga atrás da orelha” do Reino Unido. Agora é aguardar o próximo capítulo desta novela que parece estar chegando na sua parte final.
@FFO