Polônia adverte para o acúmulo soldados do Wagner em Belarus. O Governo da Polônia alertou que uma presença crescente de mercenários do Grupo paramilitar privado russo Wagner à Belarus. A presença visa desestabilizar o flanco oriental da OTAN em meio à guerra russo-ucraniana.
O primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki, falando após uma reunião com o presidente lituano Gitanas Nauseda em 3 de agosto, disse que os aliados da OTAN devem aumentar a vigilância, pois a probabilidade de provocações permanece muito alta.
Morawiecki falava dois dias depois que dois helicópteros militares belenenses que realizavam exercícios de treinamento perto da fronteira violaram brevemente o espaço aéreo da Polônia. O Ministério da Defesa de Belarus negou que seus helicópteros tenham violado o espaço aéreo polonês, acusando Varsóvia de “invenções sem fundamentos”.
“Precisamos estar cientes de que o número de provocações aumentará”, disse Morawiecki em entrevista coletiva. “O grupo Wagner é extremamente perigoso e eles estão sendo transferidos para o flanco leste para desestabilizá-lo”.
Morawiecki e Nauseda se encontraram na cidade fronteiriça polonesa de Suwalki, que fica no que é conhecido como Corredor de Suwalki — o trecho de 80 quilômetros, sendo a única conexão terrestre da OTAN com os membros bálticos Lituânia, Letônia e Estônia.
O Corredor Suwalki separa o enclave de Kaliningrado em Moscou de Belarus e é visto como um alvo potencial para a Rússia, a fim de isolar os estados bálticos em caso de conflito com a OTAN.
“Algumas pessoas dizem que o acordo alcançado na cúpula da OTAN sobre a adesão futura da Suécia está mudando a situação geopolítica, e a importância estratégica do Corredor de Suwalki está diminuindo”, disse Nauseda, referindo-se à cúpula do mês passado da aliança militar que aproximou a Suécia de juntando-se ao grupo.
Eu certamente não concordo com essa visão e acredito que o Corredor Suwalki continua sendo um alvo potencial de provocação tanto da Rússia quanto da Bielorrússia”, disse ele, acrescentando que Wagner pode ter mais de 4.000 combatentes já em Belarus.
A questão é que se houver um incidente, ataque ou mesmo provocações que gerem consequência, estas serão com a OTAN, uma vez que a Polônia é um membro da Aliança. A pergunta é como a OTAN irá lidar com isto e quais serão as consequências imediadas e a médio prazo.
@CAS