Status dos mercenários de Wagner não está claro. Após a insurreição do Grupo Mercenário Wagner contra o Kremlin no último da 23 de junho, em um ato liderado por Yevgeny Viktorovich Prigozhin que durou poucas horas, o Presidente Vladimir Putin ainda não “bateu o martelo” sobre o futuro da organização militar privada.
Até o momento Putin se recusou a falar sobre o futuro do grupo mercenário Wagner, mas abertamente fala que a empresa militar privada, que montou um motim de curta duração no mês passado, operou sem base legal. “Não há lei sobre organizações militares privadas. Simplesmente não existem”, disse Putin ao jornal russo Kommersant três semanas depois (14/07) da breve revolta que representou a mais séria ameaça aos 23 anos de governo do líder russo.
O porta-voz Dmitry Peskov em uma teleconferência com repórteres recusou-se a comentar quando questionado sobre os comentários de Putin ao Kommersant. Embora o Kremlin tenha dito que não havia uma entidade legal chamada Wagner e que a situação legal de tais empresas era inexistente e exigia uma avariação, ele admitiu que o governo pagou bilhões de rublos ao grupo pelos seus serviços.
Putin disse ao Kommersant que ofereceu, após o incidente, à empresa militar privada a opção de continuar a servir como uma unidade uníssona sob o mesmo comando, que atende pelo indicativo de chamada “Cabelos Cinzentos”. Este comandante seria Andrei Troshev, um militar aposentado que desempenhou um papel de liderança no Grupo Wagner desde sua criação em 2014, enfrentando, inclusive, sanções da União Europeia por seu papel no confronto da Síria a favor da Rússia.
Putin havia dito anteriormente que as tropas de Wagner tinham que escolher entre assinar contratos com o Ministério da Defesa, se mudar para a Belarus ou se aposentar. Putin enfatizou ainda na entrevista que “os soldados rasos de Wagner lutaram com honra na Ucrânia”, acrescentando que “é motivo de pesar que eles tenham sido arrastados para o motim” por um líder fraco.
Os comentários de Putin são parte dos esforços para difamar o chefe de Wagner, Yevgeny Prigozhin, enquanto tenta manter o controle sobre os mercenários de Wagner e garantir sua lealdade. O destino de Prigozhin permanece incerto, mas pelo histórico de Putin, não se duvida que eles esteja marcado para ser eliminado.
Putin descreveu uma reunião do Kremlin com 35 comandantes de Wagner, incluindo Prigozhin, em 29 de junho, cinco dias após a rebelião. Ele disse que ofereceu alternativas para o serviço futuro e muitos sinalizaram sua aprovação, mas Prigozhin não, o que reforça que sua cabeça possa estar hoje a Prêmio.
Putin não mencionou o que de fato ofereceu, mas é algo que foi aceito, pois alguns dos mercenários foram mostrados em 14 de julho em uma transmissão da TV estatal de Belarus instruindo soldados em um campo militar a sudeste de Minsk.
“Os combatentes de Wagner atuaram como instrutores em várias disciplinas militares”, disse o canal de televisão do Ministério da Defesa de Belarus. A agência de notícias estatal BelTa também informou que as tropas de Wagner estavam treinando soldados belarienses.
O fato é que quase um mês depois da tentativa de tirar Putin do Poder, ainda não se sabe bem quais foram os motivos, quem financiou ou tinha o interesse. Não se pode, inclusive, não considerar que forças externas a favor da Ucrânia tenham motivado ou pago pelo ato, visando desestabilizar. Tudo continua no ar, inclusive, o que Putin irá fazer com Prigozhin e com o próprio Gupo Wagner, que hoje ainda é muito importante para as ações da Rússia na Ucrânia e na Síria.
@CAS