UK não quer armas israelenses nos F-16 argentinos. Como um bom tango, a novela dos novos caças da Fuerza Aérea Argentina (FAA) continua. As últimas informações são de que a Argentina aguarda uma oferta dos Estados Unidos para a compra de caças F-16 usados dinamarqueses. Porém, o Reino Unido estaria vetando a integração de armas israelenses no caça americano.
O “aguardo da liberação” foi anunciado novamente esta semana pelo Chefe do Estado-Maior da Força Aérea Argentina (FAA), General de Brigada Xavier Julián Isaac. A Argentina quer adquirir os F-16AM/BM da RDAF (Royal Danish Air Force), que estão sendo desativados em prol dos Lockheed Martin F-35A.
E se o interesse de Buenos Aires pelos F-16 esfriou há um ano — com uma nova investida chinesa com seu JF-17, agora os “gaúchos” mostram uma renovada vontade de comprar os F-16 da RDAF. Para muitos é a única opção sustentável.
Mas a Grã-Bretanha não está feliz e terá que lidar com a possível compra de F-16 da Argentina, como um “guelaço”, face à investida da China na região, que com isto poderia estabelecer posições permanentes na América Latina, não apenas vendendo o JF-17 Thunder, mas também construindo uma fábrica na Argentina. Se isto acontecer, não seria mais um assunto Britânico — Argentino, ainda fruto da guerra de 1982, mas sim, um assunto que desagradaria vários aliados ocidentais.
Londres está influenciando Washington sobre esta venda. Em última análise, a Grã-Bretanha provavelmente concordará com a venda, mas não permitiria armas israelenses integradas aos F-16 da Argentina. Londres também não quer mísseis AIM-120 AMRAAM. Isso estaria atrasando a oferta aguardada pelo General Isaac. Não incluir armas não é o que a Argentina quer e, sem isto, os chineses ganham força. A Dinamarca tem 33 F-16AM/BM e a Argentina os quer. E sabe-se que Israel tem uma indústria forte e capaz de fazer os velhos F-16, caças modernos e bem armados. E isto obrigaria Londres a reforçar duas defesas nas Falklands/Malvinas, um assunto que, vira e mexe, os argentinos voltam a mencionar como um assunto em aberto.
Para torná-la ainda mais dramática, a “novela latina” claramente carece de unanimidade sobre entre o que presidente da República, Alberto Fernandez, que e o que a FAA quer. Porque o Sr. Fernandez disse oficialmente há apenas três meses que “a Argentina deveria direcionar seus recursos para coisas mais importantes do que comprar aviões militares”. Além disto, a forte crise econômica argentina com inflação de mais de 100% ao no e crescendo, dolarização, problemas sociais de toda ordem, face à má gestão do governo, com baixíssimos índices de aprovação, põem em cheque a compra dos caças, seja qual forem. Além disso, é ano de eleição presidencial (outubro) e é pouco provável que o atual governo consiga implementar algo.
Buenos Aires reservou cerca de US$ 700 milhões para a FAA, que não devem ser suficientes para os F-16. E isto torna a oferta chinesa melhor, que já fez uma oferta específica para venda dos JF-17/FC-1, que podem sair por um preço amigável, em troca de benéficos, como a instalação de uma base naval no sul da Argentina.
@CAS