Suécia na OTAN também será bom para a Saab. A Saab acredita em uma onda de futuras vendas militares, assim que a Suécia ingressar na OTAN, calçando este otimismo com base na previsão do aumento dos gastos com defesa em toda a Europa, que devem continuar por um longo prazo como uma resposta à ameaça russa.
Apesar de uma perspectiva de negócios positiva, no entanto, as questões de garantia de fornecimento são uma maior preocupação, conforme o CEO e presidente da Saab, Micael Johansson.
“Felizmente, garantimos bastante material, explosivos, pólvora e semicondutores para o futuro próximo, mas para dar o próximo passo de duplicar a capacidade que temos agora, precisamos de mais investimentos no ecossistema”, disse ele durante a Divulgação dos resultados financeiros do primeiro trimestre de 2023. “Todo mundo [da indústria] precisa de explosivos e pólvora para fazer munição de 155 milímetros e nós precisamos disso para munição de 84 milímetros, então alguns países podem ter que se unir para investir nisso daqui para frente, criando um nível mais alto de resiliência e segurança de abastecimento”.
Os comentários de Johansson ecoam com os de outros líderes da indústria europeia, incluindo Eric Beranger, CEO da fabricante de mísseis MBDA, que disse em março que houve ocasiões em que alguns componentes “de repente” ficaram indisponíveis por 24 meses seguidos. Beranger também explicou que o aumento na demanda de armas em toda a Europa causado pelo conflito na Ucrânia levou a “tensão na cadeia de suprimentos”.
Os comentários foram muito menos otimistas do que os dos líderes da Raytheon, com sede nos Estados Unidos, que disseram na terça-feira que a cadeia de suprimentos estava ficando “muito melhor”, mesmo que houvesse gargalos preocupantes.
Além dos desafios dos fornecedores, a Saab tem a ganhar consideravelmente com a entrada da Suécia na OTAN. Um dos primeiros exemplos são os acordos assinados no valor de SEK 350 milhões (US$ 33,8 milhões) com a Agência de Apoio e Compras da OTAN (NSPA) para rifles sem recuo Carl Gustaf M4 e armas antiblindadas AT-4 em março.
“Vejo este período como apenas o começo do aumento dos gastos com defesa na Europa”, disse Johansson. “Haverá grandes possibilidades quando finalmente ingressarmos na OTAN como país. Já começamos a ver potenciais contratos chegando… e continuamos a trabalhar em outras aquisições comuns do ponto de vista da OTAN”.
Porém, vale ressaltar que o ingresso da Suécia ainda depende da aprovação da Turquia, que segue em um impasse com o país nórdico. A aprovação em que ser unânime de todos os estados-membros, e a Turquia aprovou o ingresso da Finlândia, mas ainda se opõe ao ingresso dos suecos.
@CAS