Austrália tem mais de 40 F/A-18 Hornet “sobrando”. Os F-35A foram adquiridos pela Royal Australian Air Force (RAAF) para substituir a frota de F/A-18A++/B++ Hornet, que, por não ser mais necessários, foram retirados de serviço oficialmente em novembro de 2021 e postos a venda.
Ao todo a RAAF adquiriu 75 Hornets, sendo 57 “Alfas” e 18 “Bravos” em 20 de outubro de 1981, que foram entregues entre 1984 e 1990. F/A-18A foram matriculados de A21-1 a A21-57 e os F/A-18B de A21-101 a A21-118.
Nos últimos meses a RAAF iniciou a venda de seus 71 Hornets remanescentes, sendo que em março de 2020, 46 foram negociados com a empresa privada Air USA para treinamento dissimilar. Outros 25 foram vendidos ao Canadá para operarem na Royal Canadian Air Force (RCAF) em dois lotes, um em 2017 e outro em 2019. Os Australian Hornets foram atualizados para um padrão A++/B++, o que lhes dá as capacidades dos F/A-18C/D mais recentes, incluindo o radar AN/APG-73 e o uso de mísseis AIM-120 AMRAAM e A132 ASRAAM, além de bombas/mísseis Paveway II, JDAM-ER, AGM-158 JASSM e Harpoon.
Porém, até abril desde ano, os 46 Hornets destinados à empresa Air USA, que em novembro de 2022 foi renomeada para RAVN, não foi fechado e se fala que não será mais. Motivo? Falta de recursos e problemas de aprovação do US DoD. Parte da frota de Hornet da RAAF já está estocada na Andersen AFB em Guam desde 2022 – provavelmente, porque estaria sendo preparada para serem destinados a RAVN; outra parte ainda está na Austrália. Seria pelo menos 24 F/A-18 que não voam mais e não são mais usados na RAAF.
O que será feito com eles? A primeira opção é concluir a venda a RAVN, algo que parece improvável. A segunda vender para um novo comprador, o que dependerá da aprovação dos EUA (end user). A terceira opção é canibalizar os caças e fazer a venda de peças de reposição. No entanto, não existem muitos operadores no mundo – EUA (USMC), Canadá e Kuwait, este já em fase de desativar eles em prol dos F/A-18E/F. O meso deve ocorrer com Canada e EUA, que estão trocando os Hornets pelos F-35. Por isto, esta opção pode ser apenas uma “opção”.
Há também a possibilidade de serem doados a Ucrânia. O F/A-18 poderia ser a justificativa de Washington para não enviar o F-16 Viper para a Ucrânia, evitando assim o desgaste da OTAN. As aeronaves australianas estão em boas condições técnicas e operacionais. Eles são totalmente capazes de conduzir combate além do alcance visual, bem como combate ar-ar contra os MiG e Sukhoi russos. Porém, não se pode esquecer que a doação não retira o tempo de formar os caçadores da Ucrânia no Hornet, o que pode fazer com que eles não estejam no Teatro de operação antes do fim do ano.
Há ainda outra possibilidade. Serem destruídos! Sim, desmanchados e sucateados como o ocorreu com o F-111C/G da RAAF, quebrados e enterrados. Entre 21 e 24 de novembro de 2011, 23 dos F-111C/G da RAAF que não foram selecionados para preservação foram enterrados no aterro Swanbank em Ipswich, Queensland.
@CAS