Exército Chinês finaliza grande exercício militar simulando bloqueio e ataque à Taiwan. O Comando Oriental do Exército de Libertação do Povo Chinês (PLA) encerrou o exercício “Espada Conjunta”, que teve como objetivo treinar o cercamento da ilha de Taiwan, como um teste abrangente das capacidades operacionais conjuntas em um cenário de combate realista. A informação foi do Coronel Sênior Shi Yi, porta-voz do Comando Oriental do PLA.
“As tropas estarão prontas para combate o tempo todo, e resolutamente esmagarão qualquer tipo de secessionista favorável à independência de Taiwan, ou tentativas de interferência externa”, disse Shi.
O grupo de ataque “Flotilha 17” liderado pelo porta-aviões Shandong (17) se uniu às manobras no terceiro e último dia do Exercício. Durante as manobras, diversos contratorpedeiros e fragatas do grupo de ataque realizaram missões de patrulha de combate supressivas, incluindo abordagem à embarcações hostis em fuga e bloqueio marítimo, informou a China Central Television (CCTV).
A Flotilha 17 estava composta por pelo menos seis navios, sendo o porta-aviões Shandong, um contratorpedeiro Tipo 055, um contratorpedeiro Tipo 052D, duas fragatas Tipo 054A e um navio de reabastecimento Tipo 901. Normalmente, espera-se que um submarino de ataque movido a energia nuclear também faça parte de um grupo de porta-aviões.
Estrategicamente a Marinha Chinesa estacionou o grupo de porta-aviões no lado leste da Ilha de Taiwan. Conforme especialistas ouvidos pelo Global Times, essa área seria usada como uma “zona de evacuação dos navios de Taiwan, em caso de fuga de um conflito”.
“O exercício “Espada Conjunta” terá um impacto profundo no processo de reunificação nacional, pois demonstrou as capacidades do PLA e enviaram alerta e dissuasão diretos aos secessionistas da “independência de Taiwan”, disseram especialistas ao Global Times.
Dezenas de caças da Força Aérea Chinesa (PLAAF) realizaram patrulhas no Estreito de Taiwan e nas pontas norte e sul da ilha, treinando táticas de busca e destruição visando navios de guerra e aviões militares hostis, bem como bloqueio aéreo sob suporte de informações conjuntas. Sob a cobertura e o apoio de aeronaves KJ-500 AWACS de alerta antecipado, e outras aeronaves especializadas em guerra eletrônica, várias esquadrilhas de bombardeiros H-6K carregando munições reais simularam ondas de ataques em alvos-chave na ilha de Taiwan.
Em comunicado de imprensa, o Estado-Maior do Ministério da Defesa do Japão informou que entre os 07 e 09 de abril, seus radares de defesa aérea captaram cerca de 80 surtidas de caças e cerca de 40 de helicópteros sobrevoando as águas a leste e sudeste da ilha de Taiwan.
Por sua vez, a autoridade de defesa na ilha de Taiwan disse em um comunicado que apenas no dia 09/04 detectou cerca de 70 aeronaves militares e 11 navios de guerra chineses ao redor da ilha. Pela primeira vez, quatro caças navais J-15 foram vistos voando sobre as águas a leste da ilha.
Unidade de Baterias de Foguetes do PLA praticaram táticas de resposta rápida, monitoramento e simulações de ataques em ondas contra alvos marítimos em movimento. Essas unidades são conhecidas por seus mísseis balísticos anti-navio capazes de neutralizar embarcações de médio e grande porte.
O pesquisador da Academia de Ciências Militares da China, Zhao Xiaozhuo, disse ao Global Times, que esses bloqueio pode cortar o abastecimento de energia, tentativas de reforço e rotas de fuga das forças da “independência de Taiwan”.
O exercício “Espada Conjunta” foi organizado pelo Exército da China, logo após o intitulado “encontro provocativo” entre a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, com o presidente do Congresso Americano, Kevin McCarthy, nos EUA. As manobras militares terão um impacto profundo na questão da independência da Ilha, pois foram os primeiros treinamentos de ataque simulado contra alvos em Taiwan, mostrando que a constante preparação de Pequim para um conflito real, disseram observadores.
@FFO