Virgin Orbit encerrou suas operações. O CEO da Virgin Orbit, Dan Hart, anunciou o encerramento das operações e a demissão de praticamente todos funcionários depois de não conseguir obter uma linha de financiamento no mercado. Conforme a CNBC, a informação foi comunicada aos funcionários durante uma reunião geral na tarde de quinta-feira (30/03).
“Infelizmente não conseguimos garantir o financiamento para manter o caminho aberto para esta empresa. Não temos escolha a não ser implementar mudanças imediatas, dramáticas e extremamente dolorosas….provavelmente esta é a mais difícil decisão da na minha vida”, disse Hart, em uma áudio-conferência emocionado.
Serão eliminados quase 100 cargos ou cerca de 90% da força de trabalho em todas as áreas da empresa, disse Hart. De acordo com a CNBC, a empresa informou em um registro de valores mobiliários que as demissões afetarão 675 pessoas.
“Esta empresa, esta equipe – todos vocês – significam muito para mim. E eu não deixei e não vou deixar de apoiá-los, seja aqui ou em outro lugar”, disse Hart, observado que “a Virgin Orbit fornecerá um pacote de indenização para cada funcionário que estiver saindo, com pagamento em dinheiro, extensão de benefícios e suporte para encontrar uma nova posição no mercado, inclusive com um canal direto estabelecido com a empresa irmã Virgin Galactic.”
Conforme noticiamos em 16 de março, a empresa havia paralisado temporariamente todas suas atividades, colocando em licença não remunerada quase todos seus funcionários, em busca financiamento. Uma semana depois, alguns funcionários foram chamados para retornar aos trabalhos (detalhes aqui).
A Virgin Orbit já tinha contratado empresas especializadas em processos de falência para traçar planos de contingência caso não encontrasse um comprador ou investidor, o que acabou ocorrendo. No mesmo dia que os funcionários foram comunicados da decisão, o conselho de administração aprovou um plano de demissão especial para os altos executivos da companhia.
Fundada em 2017, a Virgin Orbit desenvolveu um sistema bem sucedido de lançamentos de pequenos satélites para órbita a partir de um foguete chamado “LauncherOne”, transportado e liberado em voo por um Boeing 747. Seu primeiro lançamento ocorreu em janeiro de 2021.
Em 09 de janeiro, a Virgin Orbit deveria realizar o primeiro lançamento espacial a partir do Reino Unido, mas uma pane no LauncherOne causou a perda da carga de satélites. O fato gerou grande constrangimento para a empresa (detalhes aqui). A causa da falha foi localizada na semana passada, o que libera o foguete para seu próximo lançamento com as modificações implmentadas.
A Virgin Orbit possui um Boeing 747-400 altamente modificado para as missões de lançamento do LaucherOne. A aeronave, matrícula N744VG, batizada de “Cosmic Girl”, foi adquirida da companhia aérea Virgin Atlantic, pertencente ao grupo de Branson. Em maio do ano passado, a empresa anunciou a intenção de adquirir mais dois 747, projeto que possivelmente está suspenso também (detalhes aqui).
Em junho de 2022, A Virgin Orbit e a Agência Espacial Brasileira (AEB) anunciaram a concessão da licença operacional da Virgin Orbit Brasil Ltda (VOBRA), uma subsidiária do grupo, criada para operações do LauncherOne a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (detalhes aqui). Certamente essa atual situação da empresa britânica afetará diretamente as futuras operações no Brasil.
@FFO